Cenário negativo no Brasil, avanço positivo em Maringá
Somente nestes três primeiros meses de 2022, frente ao aprofundamento da crise econômica nacional, e sem qualquer perspectiva de mudança do direcionamento da política por parte do governo federal, o cenário atual é de piora significativa das condições de vida da classe trabalhadora. Para o funcionalismo público, especificamente, a situação não é tão diferente. Frente a estas perdas do poder de compra, aprofundadas por medidas implementadas por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes contra a categoria, este primeiro trimestre está sendo marcado por fortes embates por parte de servidores públicos.
Em Ponta Grossa, como exemplo, uma greve foi realizada no começo de março após a prefeitura local afirmar que não seria possível um reajuste salarial nem próximo da inflação que supera os dois dígitos. Também sem condições para o aumento no vale-alimentação, a paralisação fez com que gestão municipal organizasse um plano para tentar melhorar as condições do funcionalismo ponta-grossense. Ainda assim, as perdas serão significativas.
Em nível nacional, paralisações já foram realizadas e ainda há a possibilidade de uma grande greve por parte dos servidores públicos federais, que tentam reduzir os prejuízos causados na carreira após intensa desvalorização nos últimos anos. Um ato de grandes proporções foi realizado em 16 de março como início da paralisação geral no fim do mês, para que o governo federal valorize a categoria. Outros inúmeros exemplos em praticamente todos os estados do Brasil poderiam ser utilizados de forma ilustrativa para comprovar a escolha acertada por parte dos servidores públicos municipais de Maringá na segunda Assembleia Geral da Campanha Salarial 2022.
Após intensa participação de trabalhadoras e trabalhadores no encontro convocado pelo SISMMAR, a maioria do funcionalismo aprovou o reajuste salarial de 10,60%, que tem como base o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Evidente que todos nós sempre queremos mais e devemos, de fato, querer sempre mais. Entretanto, em rápida olhada para diversos municípios vizinhos e estados vizinhos, fica nítido como os servidores terão de se organizar e lutar para conseguir uma reposição ainda abaixo da inflação, isso se conseguir. Diante das inúmeras incertezas verificadas em todo o Brasil e das possibilidades do governo federal realizar novos ataques aos servidores públicos, a categoria maringaense garantiu o que era mais certo no momento para não correr riscos de ter perdas, como já observado em outros momentos da história recente. A partir de agora, com o processo já em andamento da revisão do PCCR geral e da Campanha Permanente para as mais variadas secretarias, a gestão Sindicato é pra Lutar chama as servidoras e servidores para se somar a luta por ganhos reais ao longo de todo o ano de 2022.