Rumo ao 1.º de maio
Reflexão, cultura, e cidadania. No 1.º de Maio de Luta pelo Desenvolvimento com Trabalho, Renda e Direitos, a CUT-SP levará isso ao trabalhador.
Nas duas atividades que a Central promoverá, uma na zona sul e outra na zona leste da cidade de São Paulo, haverá prestação de serviço, shows, debates e exposições sobre saúde, educação e direitos. Em breve, você lerá em nossa página mais detalhes sobre as atividades que tomarão a capital paulista.
Prosseguindo com o balanço dos desafios e perspectivas dos trabalhadores para 2009, trazemos a entrevista de Carlos Ramiro de Castro, o Carlão, Diretor Executivo do Sindicato dos Professores de São Paulo (Apeoesp) – CUT/SP e presidente do Conselho de Políticas de Administração e Remuneração de Pessoal do Funcionalismo do Estado de São Paulo (Sinp).
Carlão aponta a necessidade de investir no trabalhador para melhorar o funcionalismo e destaca a resistência do governo José Serra em estabelecer um canal de diálogo com os movimentos sociais.
CUT-SP – Qual o principal desafio para os trabalhadores do setor público em 2009?
Carlos Ramiro de Castro – Primeiro, abrir um processo de negociação o governo do Estado de São Paulo, que não respeita a data-base aprovada há três pela Assembléia Legislativa. Consequentemente, atendimento às reivindicações: reajustes anuais de acordo com a inflação, reposição de perdas dos últimos cinco anos e incorporação das gratificações ao salário, já que o governo José Serra adota a política de bônus e prêmios, ao invés de reajustar nossos vencimentos. Também exigimos a extensão dos benefícios aos aposentados. A melhoria do serviço público passa pela valorização do trabalhador, pela melhoria da estrutura e pela implementação de um plano de carreira por categoria.
Como os servidores públicos podem atuar no enfrentamento à crise?
Carlos – Essa crise sempre afeta os trabalhadores, que são pressionados a pagar a conta das ações de grandes empresários, banqueiros, e governantes descompromissados como o desenvolvimento. Alguns prefeitos e governadores já vem dizendo que crise vai fazer com que a arrecadação diminua e consequentemente, não terão dinheiro para reajuste e melhoria de nossas condições. Os servidores paulistas devem fazer um enfrentamento unificado e trabalhar ao lado dos companheiros do setor privado e dos movimentos sociais, que também dependem do serviço publico. A CUT tem a função de liderar grandes mobilizações e, principalmente, resistir ao modelo neoliberal. Devemos sair da resistência para passar à proposição de um modelo diferente desse que é implantado no Estado e arrocho, desemprego e exclusão. Não devemos apenas resistir, mas pressionar o governo para investir.
Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado no mês passado, apontou que o número de trabalhadores no setor público é muito pequeno, inferior a diversos países europeus e aos Estados Unidos. Como o Sinp pode atuar para combater o sucateamento do funcionalismo promovido pela gestão tucana há mais de uma década, por meio da restrição à contratação de novos trabalhadores e terceirização da responsabilidades do governo?
Carlos – Serviço público de qualidade se faz com funcionários valorizados, em quantidade suficiente, bem treinados e com salários dignos. Temos defasagem de trabalhadores, mas o governo paulista, principal responsável pela implantação política de Estado Mínimo não aceita isso e quem sofre as conseqüências é a população de uma forma geral sofre conseqüências. São aqueles mesmos governantes que continuam, mesmo com a crise, privatizando, terceirizando e entregando as instituições públicas às organizações privadas. Temos que nos contrapor a isso e dar um salto de qualidade.
Além do combate à crise, quais serão as bandeiras que os trabalhadores devem defender no 1º Dia Internacional do Trabalhador?
Carlos – Devemos bater na tecla da mudança na relação trabalho-capital. O movimento sindical tem papel importantíssimo para estabelecer uma nova ordem mundial. e construir uma sociedade inclusiva, democrática e equilibrada.
http://www.cutsp.org.br/
Fonte: CUT
Na foto Carlão do SINPI