Marchese quer impedir a devolução do desconto da greve feito por Pupin

A Greve de 2016, que obrigou os servidores(as) municipais a cruzar os braços para exigir que a administração cumprisse a Lei Municipal 239/98 e concedesse a reposição anual da inflação, continua gerando preocupação.

No início daquela campanha salarial, a paralisação não era cogitada, mas a categoria decidiu, em assembleia histórica, optar pela greve como último recurso disponível para fazer valer seu direito.

A administração tentou impedir a greve, inclusive com ameaças aos trabalhadores(as), mas não deu certo. Considerada legal, por reivindicar o cumprimento da lei, a paralisação ganhou apoio da opinião pública e obrigou o então prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) a negociar com o sindicato.

Apenas após adesão de milhares de servidores à paralisação, Pupin, derrotado pela união dos trabalhadores, aceitou pagar a reposição de 11,08% – ao invés da proposta dos vergonhosos 4% (7,08% abaixo da inflação) que motivou a greve.

 

FOTOS DA GREVE LEGAL, JUSTA E HISTÓRICA

 

Na negociação que pôs fim à paralisação (com ata assinada), Pupin aceitou não descontar os dias parados, permitindo que os grevistas fizessem a reposição desses dias. Como era uma administração sem palavra, Pupin voltou atrás, suspendeu a negociação, iniciou perseguições revanchistas e, arbitrariamente, mandou descontar os dias parados dos salários.

A história do pacote de crueldades de Pupin – que se sucedeu à greve – todo servidor conhece bem. Com o desconto injusto após uma greve legal e justa, os trabalhadores com menores salários se viram em dificuldades financeiras. Além dos cinco dias descontados, muitos servidores perderam outras gratificações que, somadas, subtraíram mais da metade da remuneração mensal.

Ou seja, para se vingar dos grevistas, Pupin tirou comida da mesa dos trabalhadores. Foi necessária, então, uma ampla campanha de arrecadação de cestas básicas promovida pelo SISMMAR, com apoio de vários setores da sociedade, inclusive da Igreja Católica e de veículos da imprensa, para reparar aquela maldade. Novamente, Pupin perdia sua moral diante da opinião pública.

Os tempos eram assim no governo Pupin, e o atual prefeito, Ulisses Maia (PDT), presenciou de perto o drama dos servidores. Vereador à época, Ulisses se uniu ao plantão dos servidores na porta do Gabinete do prefeito – e também almoçou marmita em protesto contra a administração – para forçar o início das negociações (ainda antes da greve), porque Pupin sequer aceitava dialogar com os trabalhadores.

Ulisses participou de um grupo de vereadores que mediou o acordo entre sindicato e administração para dar fim à paralisação. Ciente da legalidade da greve e da abusividade da conduta de Pupin e de seus aloprados conselheiros (secretários, em especial), na data-base deste ano (em março), Ulisses aceitou negociar com o SISMMAR os efeitos da Greve de 2016.

Com o acordo, foi encerrada ação judicial movida pelo sindicato, e Ulisses se comprometeu a ressarcir financeiramente 2 dias da greve e conceder outros 3 dias de descanso nas férias dos servidores que aderiram à paralisação legal e justa.

A “Greve de 2016” foi um dos itens que compunham a pauta de reivindicação dos servidores. A petição do acordo foi assinada pelos advogados do SISMMAR e do Município, e protocolada no processo da greve que tramita na Vara da Fazenda Pública. Dessa forma, o atual prefeito não fez mais do que se esperava de uma pessoa de caráter e palavra, tomando medidas justas para reparar as ações injustas tomadas por Pupin e os seus em perseguição aos grevistas.

Contudo, depois de superada aquela fase de perseguições e de reparados os danos sofridos, para surpresa da categoria, o SISMMAR toma conhecimento de que o vereador Homero Marchese (PV) está questionando a legalidade do acordo assinado por Ulisses e sugerindo que o município não devolva os 2 dias descontados e não conceda os outros 3 dias na forma de descanso nas férias.

Como advogado, Marchese deveria saber que a greve, amparada pela Constituição, somente ocorreu em razão da conduta ilícita da administração Pupin, que se recusava a cumprir a legislação municipal. Marchese, na condição de vereador, deveria ter plena ciência de que o acordo foi, financeiramente, favorável ao município, que devolverá apenas 2 dias dos 5 dias  descontados de forma ilegal e ilícita. Por isso, muito surpreende (negativamente) a atitude de um vereador eleito na chapa liderada por Ulisses Maia.

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