Como crescer com a cidadania imposta? (Por Luiz Fernando Rodrigues)
Vivemos um momento de impasse: de um lado a intransigência e a falta de um diálogo franco por parte de um governo eleito pelo povo, para governar para o povo e segundo a vontade do povo; e de outro lado, trabalhadores a espera deste diálogo honesto, verdadeiro e transparente e da construção pacífica e conjunta de uma proposta ao menos condizente com a realidade.
Será que a greve é realmente ilegal e abusiva? O dever constitucional de manutenção de 30% dos serviços essenciais está sendo cumprido; o governo foi comunicado sobre a greve. Não seriam ilegais, abusivos e imorais os motivos que levaram a greve?
A cada dia os servidores municipais de Maringá vêem seus direitos violados: a perseguição que acontece de várias formas – “informantes” infiltrados nas repartições do município – caracterizando assédio moral; o desconto de 11% no 13º salário de 2005 e ainda não foi reposto; o sucateamento da CAPSEMA (Caixa de Assistência e Pensão dos Servidores Municipais) – com atraso nos pagamentos de médicos e descredenciamento de profissionais; processo de desmoralização e desarticulação do sindicato para favorecer os interesses da administração – o qual deveria ser o canal de diálogo entre prefeitura e servidores; super-valorização e aumento no número de cargos comissionados ou cargos de confiança/políticos; constante ameaça de privatização/terceirização de setores da administração municipal (merenda, coleta do lixo, saúde); dentre outros.
Sou cidadão como você, caro leitor. Não sou ligado à administração e muito menos ao sindicato. Porém sou filho de servidora pública que me criou com o suor do seu trabalho digno, moral, ético e honesto.
O que me deixa mais indignado é a administração usar do meu, do seu dinheiro, para financiar alguns setores da imprensa (são mais de 2 milhões por ano gastos com publicidade) a dizerem inverdades ou omitir as verdades sobre a referida greve. Convido o senhor ou a senhora a acompanhar mais de perto o movimento de greve (no Centro de Convivência Comunitária, no Saop, no Hospital Municipal) e saber realmente o que está acontecendo.
Que fiquemos indignados não com os trabalhadores que tem os mesmos direitos que o senhor(a). Nos indignemos com as atrocidades que vem sendo praticadas contra a minha, a sua cidade canção.
Em fraternura.
Luiz Fernando Rodrigues
Acadêmico do Curso de Administração Mercadológica – Faculdades Maringá
Pastoral da Juventude – Arquidiocese de Maringá
Conselheiro do Conselho Municipal de Saúde de Maringá
Luiz Fernando RodriguesArquidiocese de Maringá – Paraná