Beto Richa recua e servidores vencem a primeira batalha

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A pressão dos servidores públicos rendeu a primeira vitória na luta contra a precarização de suas carreiras. Ao perceber a intensa mobilização popular o governador Beto Richa enviou mensagem à Assembleia Legislativa retirando da pauta de votação o “pacotaço”, projeto de lei que retirava direitos do funcionalismo público.

“É uma vitória da classe trabalhadora que, novamente, mostrou sua unidade. É o momento de comemorar essa intensa vitória que tivemos nesta primeira batalha, mas a luta continua nada está ganho. Não tenho dúvidas de que o governo do Beto Richa voltará à carga”, analisa a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.

Durante todo o processo de tensão entre o poder executivo e as forças populares em momento algum foi aberto um canal de negociação por parte do Governo do Estado. Inclusive, por este e outros motivos, a APP-Sindicato anunciou que a greve e a mobilização continuam. O acampamento na Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico, continuará ocupada pelos professores(as) e funcionários(as) de escolas.

“A nossa greve continua, porque não houve negociação de nenhum outro ponto da pauta da greve. Estamos em uma greve forte e ficaremos, no Carnaval, no acampamento em frente ao Palácio Iguaçu”, relata o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão. O professor também ressalta que a categoria continuará mobilizada. “Diante da pressão, o governo retira as medidas. Mas, é claro, já fica subentendido que, num outro momento, eles voltarão a atacar a Educação, a previdência e a carreira dos servidores”, completa.

Se os problemas de retirada de direitos foram, ao menos temporariamente, solucionados os problemas nas escolas para o início do ano letivo ainda continuam. A alteração do porte das escolas, por exemplo, trouxe o caos para os colégios públicos estaduais com a ampliação do número de alunos por sala, redução do número de professores e uma série de outras questões administrativas. “Com as medidas do governo, houve um verdadeiro desmonte das escolas, com redução de professores, diretores, pedagogos, funcionários, de turmas e matrículas. Algo inaceitável”, denuncia Hermes.

Camburão x Liberdade –  A diferença na relação com os eleitores e o povo ficou clara na saída da Assembleia Legislativa. Enquanto deputados da situação que pretendiam aprovar o “pacotaço” de Richa saíram escondidos da sede do legislativo, os deputados que posicionaram-se contra o projeto saíram aplaudidos pela população.

Na saída diversos manifestantes ironizavam a situação dos deputados que só conseguiram entrar no prédio do legislativo em um camburão com a presença do secretário estadual de segurança pública. “Vem ladrão, sair de camburão”, gritavam os presentes em forma de protesto com a situação.

Truculência e confusão – Se a tarde acabou do jeito que o funcionalismo público desejava, o início dela não foi tão satisfatório. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi acionado para forçar a entrada dos deputados na Assembleia Legislativa. Desta forma bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e até balas de borracha foram utilizadas contra a população.

O fato ocorreu poucas horas depois do deputado estadual Tadeu Veneri revelar o diálogo com o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Francischini. “Ou vocês acalmam essas pessoas ou vai dar morte”, disse o ex-delegado da Polícia Federal ao parlamentar. Até o início da noite de quinta-feira (12), no entanto, não havia relato de ninguém ferido de forma grave. Contudo, diversos trabalhadores e trabalhadoras sofreram escoriações com a ofensiva do batalhão de choque.

 

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