Administração desrespeita os servidores(as) com a ausência de propostas

O Sismmar realizou nesta quarta-feira (2), na Câmara Municipal, assembleia para apreciar as propostas da Prefeitura de Maringá na Campanha Salarial 2016. E o que os servidores(as) presentes à assembleia viram foi mais um ato de desrespeito da atual administração com a categoria. A diretoria e os servidores esperavam receber propostas da administração, o que não ocorreu.

Por meio de seus secretários, o prefeito Pupin encaminhou ofício no qual se limitou a alegar dificuldades financeiras em função da crise, pedindo um novo enxugamento na pauta de negociações apresentada anteriormente pelo Sismmar  – que inclui cinco pautas prioritárias (leia mais ao fim do texto).

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Assembleia lotou o plenário da Câmara Municipal

Mesmo com a alegação da crise, os servidores(as) esperavam que o prefeito encaminhasse alguma proposta, como um percentual “x” de reajuste que poderia ser concedido neste momento, por exemplo. Em um texto bem maior do que o ofício encaminhado aos servidores, na página da Prefeitura, a administração falou sobre o assunto. Na matéria, o chefe de Gabinete, Luiz Carlos Manzato, diz que “a receita do município não cresceu nessa proporção (do reajuste pedido pela categoria), assim como foram reduzidos repasses dos governos estadual e federal”. Uma informação que, ao menos no tocante aos repasses federais, não procede.

Segundo o Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União, entre 2014 e 2015 o total dos repasses feitos pelo governo federal a Maringá passou de aproximadamente R$ 295,8 milhões para R$ 316,3 milhões, um aumento de quase 7% (e não redução, conforme alegou Manzato). Os dados estão disponíveis para a consulta de qualquer cidadão com acesso à internet.

Dados disponíveis no Portal da Transparência contrariam o chefe de Gabinete
Dados disponíveis no Portal da Transparência contrariam o chefe de Gabinete

Deliberação
Diante da falta de uma proposta do prefeito, a assembleia referendou a comissão criada anteriormente para representar a categoria na mesa de negociação e também deliberou pela consulta ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que fará uma análise da conjuntura econômica atual e dos valores que a Prefeitura teria condições de conceder em reajuste aos trabalhadores(as).

O estudo do será encaminhado à administração ainda nesta quinta-feira (3). Com isso, o governo Pupin terá até a próxima quarta-feira (9), data da próxima assembleia, para apresentar uma proposta à categoria. Em não havendo uma proposta ou ela sendo rejeitada pelos servidores(as), a decisão poderá ser pelo indicativo de greve – conforme apontado na assembleia ontem (2).

A comissão para a mesa de negociações é formada pela diretoria do sindicato e pelos servidores(as) Priscila Guedes (professora da Seduc), Vitor (motorista da Sesa), Rose (da coleta da Semusp) e Lino Gregório (da Semusp).

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A professora Priscila Guedes (membro da comissão para a mesa de negociação) e a presidenta Iraídes Baptistoni durante a assembleia

Motoristas
A assembleia deliberou também que não abrirá mão do piso salarial dos motoristas, independentemente das alegações feitas pela administração. “Foi um compromisso assumido pela administração em 2014”, lembra Iraídes Baptistoni, presidenta do Sismmar. “E em 2014 sobrou dinheiro da revisão do PCCR e, mesmo assim, esse compromisso firmado com os motoristas não foi cumprido”, acrescenta Iraídes.

As cinco pautas prioritárias são a proposta de reposição da inflação, com 10% de ganho real; a implantação do vale-alimentação de R$ 350 para todos os trabalhadores da Prefeitura (os servidores da Câmara já têm o benefício); aprovação de lei contra o assédio moral; o fim das terceirizações e/ou privatizações no serviço público; e a revisão do piso salarial para motoristas no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR).

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Reunião do sindicato com representantes do prefeito Pupin, nesta quarta-feira (2), na Prefeitura

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