Em casa ou nas ruas, greve geral envolveu 35 milhões de brasileiros(as)
Apoio da imprensa comercial não faltou ao governo Temer. Primeiro para esconder a Greve Geral de 28 de abril. Depois para desconstruir o que organizadores e analistas classificaram como o maior movimento do gênero desde a ditadura. Integrantes do governo se ocuparam de câmeras e microfones na tentativa de desqualificar. Um deles, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, chegou a dizer: “Se tivéssemos aquelas multidões que tivemos quando mobilizamos em busca do impeachment, teria repercussão”.
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Os movimentos, entretanto, não se surpreendem nem se incomodam com o que consideram uma desfaçatez. O objetivo da greve geral em nenhum momento foi convocar multidões às ruas. “A população atendeu aos apelos das centrais e ficou em casa. Foi como a canção do Raul Seixas, O Dia em que a Terra Parou. Podemos dizer com tranquilidade que São Paulo parou. E o Brasil todo foi sacudido pela greve geral”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador da Frente Brasil Popular. O presidente da CTB endossou: “O Brasil cantou Raul”.
Em São Paulo, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, entre 10h30 e 16h, a lentidão variou entre 0,3% e 1,1% dos 868 quilômetros de vias monitoradas, enquanto a média para o mesmo período costuma ser entre 5,9% e 6,2%. O mesmo no período da tarde: às 17h30 a cidade estava com 5,4% de lentidão, bem abaixo da média de 11% para o horário.
Isso significa que, mesmo com a paralisação dos transportes, as pessoas não se desesperaram para colocar seus carros nas ruas. Ficaram em casa. Muitas, é claro, não resistem a um “vamos para a rua”. E as manifestações contra as reformas da Previdência, trabalhista e as terceirizações deixaram suas marcas nas ruas do país. As imagens a seguir – que você provavelmente não vai ver na imprensa comercial, mostram um pouco dessas duas faces deste vitorioso dia de greve geral, do qual participaram de 35 milhões a 40 milhões de pessoas – algo perto de um terço da população economicamente ativa do Brasil.