Sem motivo para comemorar, 1º de Maio une trabalhadores contra perda de direitos

Neste 1º de Maio o trabalhador(a) não teve motivos para comemorar. Muito pelo contrário! Os massivos ataques à classe trabalhadora, com perda de direitos, desemprego, achatamento de salários e a prisão do principal líder político dos trabalhadores fez do 1º de Maio um dia unificado e histórico de luta. Foi a primeira vez desde a redemocratização do país que um ato reuniu todas as centrais sindicais.

Ato de 1º de Maio em Curitiba, na Praça Santos Andrade – Foto CUT

Mais de 40 mil pessoas se concentraram em Curitiba, nesta terça (1º), em defesa da democracia, de uma política econômica de geração de empregos e renda, da defesa da seguridade e da Previdência Social Pública, pela revogação da Reforma Trabalhista e pelo fim do congelamento de gastos públicos. Em todo o país (veja aqui), essas pautas foram replicadas em manifestações dos trabalhadores.

No ato em Curitiba, na Praça Santos Andrade (em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), lideranças da classe trabalhadora lembraram dos retrocessos promovidos pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB), destacando que o momento é de luta. Não haverá vitória sem a luta, e também não avançarão as perdas de direitos com a resistência da classe trabalhadora.

“Estamos aqui em defesa dos direitos dos trabalhadores, mas também em defesa da democracia. E não há democracia plena quando não temos democracia econômica e social. Não há democracia quando prendem Lula sem provas para tirá-lo das eleições. Mas as mentiras deles não vão parar nossa resistência”, disse Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato à presidência da república pelo PSOL.

Caravana de Maringá se uniu ao ato em Curitiba – Foto Valter Baptistoni

O vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Antônio Carlos dos Reis (Salim), disse que neste ano os trabalhadores não têm o que comemorar com 13 milhões de desempregados e com o fim dos direitos trabalhistas. “Estamos aqui pela unidade da classe trabalhadora e pela liberdade de Lula, presidente que mais fez pelos trabalhadores e que gerou mais empregos com carteira assinada no país”, disse Salim.

O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, lembrou que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) completaria 71 anos, mas que os direitos ali estabelecidos foram rasgados pelo golpe de Temer e a aprovação a toque de caixa da Reforma Trabalhista. Os políticos (deputados e senadores) que apoiaram a reforma, voltando as costas aos trabalhadores, não passarão nas urnas.

Presidente da CUT, Vagner Freitas destacou que a liberdade de Lula e a retomada dos direitos da classe trabalhadora, que foram roubados pelo atual governo golpista e ilegítimo de Temer, “são bandeiras de luta que unificam todos os trabalhadores e trabalhadoras de Norte a Sul, Leste a Oeste e Nordeste do país”.

Em Curitiba, Lula se dirigiu aos trabalhadores por meio de carta. A ilegitimidade de Temer, a maior perda de direitos sociais e trabalhistas do Século 20 e as escandalosas taxas de desemprego registradas no pós-golpe foram lembrados por Lula na carta lida pela presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. “O desemprego cresce e humilha o pai de família e a dona de casa”, escreveu Lula.

Veja o álbum de fotos aqui.

Em Maringá
Uma caravana de trabalhadores(as) viajou a Curitiba para participar do 1º de Maio Unificado. Entre eles estavam servidores(as) municipais conscientes da importância da união da classe trabalhadora – agora e sempre, incluindo as urnas – contra a perda de direitos. A hora do levante contra os ataques promovidos pelo governo Temer é agora, para não lamentar depois.

Muitos servidores(as) têm a leitura limitada de que um prefeito, com promessas firmadas em campanha, poderá garantir seus direitos. Isso não vai ocorrer se direitos forem retirados por força de legislação federal. Todos correm o risco de não ter sequer a reposição da inflação, o que já ocorre no governo do Estado.

A união dos trabalhadores é o melhor caminho para lutar contra terceirizações, achatamento de salários e para garantir o direito de se aposentar. E isso vale para todas as cidades, das mais pobres às mais prósperas, como Maringá. Se nada for feito agora todos vão perder, inclusive o servidor municipal de Maringá, independentemente do prefeito que esteja no poder. Sem a luta, agora, não adiantará lamentar as perdas de direitos mais adiante e também não adiantará eleger outro prefeito repleto de promessas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

13 + dez =