Semana da Educação mobiliza categoria para protestos nesta segunda
Texto da APP Sindicato
Prestes a vencer a data-base de reposição da inflação dos(as) servidores(as) públicos(as) do Paraná, a APP-Sindicato segue fortalecendo a mobilização para a paralisação estadual. Professores(as), funcionários(as) de escola e demais categorias do funcionalismo vão fazer um grande ato no dia 29 de abril, em Curitiba. A concentração está marcada para às 9h na Praça Santos Andrade.
O Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (SISMMAR) apoia a movimentação dos professores paranaenses.
O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, explica que a agenda de mobilização será intensificada a partir de segunda-feira (22), com o início da 20ª Semana Nacional em Defesa e promoção da Educação Pública. A atividade é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e propõe a discussão de temas que afetam a categoria e a qualidade do ensino no Brasil. Os materiais da campanha estão disponíveis para download na internet, no site www.cnte.org.br.
No Paraná, a programação será concluída com o dia de greve em protesto a falta de respostas do governo para as reivindicações dos(as) trabalhadores(as). “Vamos lutar para que a gente tenha sim o reajuste. Faremos um grande ato público onde a gente espera que o governo venha para a mesa de negociação”, disse o dirigente.
Hermes acrescenta que o movimento grevista também vai protestar contra a alteração na jornada de trabalho dos(as) professores(as), pedagogos(as) e readaptados(as), além de exigir realização de concurso público, melhorias urgentes no atendimento de saúde e nas condições de trabalho. A posição contrária a “reforma” da Previdência, apresentada pelo governo Bolsonaro, é outra bandeira importante da pauta que possui mais de 20 itens.
A decisão foi tomada em assembleia estadual da categoria, após o governo Ratinho Junior (PSD) dar continuidade no massacre instalado desde a gestão Beto Richa (PSD). Apesar das insistentes tentativas do Sindicato, o atual governador contrariou a promessa feita durante a campanha eleitoral e ainda não sentou para negociar com os(as) trabalhadores(as).
Em declarações à imprensa, o Executivo tem sinalizado a intenção de manter o congelamento da data-base e até planos para retirar direitos como as licenças especiais e o quinquênio. “Essa atitude do governador de falar sobre a data-base sem antes debater com os servidores é um desrespeito e uma contradição à valorização e o respeito que ele mesmo prometeu”, diz o presidente da APP-Sindicato.
Sem reposição desde 2016, a defasagem nos salários dos(as) servidores(as) já acumula uma dívida 16,4%. Ratinho prometeu, se eleito, que uma das primeiras ações do seu governo seria reunir com as lideranças sindicais para anunciar a política de reajuste nos quatro anos do seu mandato. Na época, deputado estadual, também assinou um documento na Assembleia Legislativa exigindo da então governadora, Cida Borghetti (PP), o pagamento da data-base.
“O servidor já se sacrificou demais”, disse o então candidato em entrevista onde criticou o reajuste de 16% na conta de luz, decisão que engordou o caixa do governo com aumento na arrecadação de ICMS. Com um discurso já conhecido pelos(as) servidores(as), o governo alega problema de caixa, mas dias atrás divulgou que o Paraná lidera o ranking nacional de saúde financeira.
Hermes ressalta ainda que a fala do governo, de que não tem dinheiro, não se sustenta. “Nossos estudos econômicos mostram que o Estado tem condições legais e financeiras para cumprir a lei e pagar o que é direito dos(as) servidores(as). Os(as) trabalhadores(as) não aguentam mais essa situação e, por isso, vamos continuar pressionando o governo”, avisou.
29 de abril – O dia 29 de abril se tornou uma data simbólica na luta dos(as) trabalhadores(as) da educação no Paraná. Nesta data, em 2015, centenas de professores(as) e funcionários(as) de escola, que participavam de uma manifestação contra a retirada de direitos, ficaram feridos após serem alvejados pela polícia com bombas de gás e balas de borrachas. A ação foi ordenada pelo ex-governador Beto Richa (PSDB) e ficou conhecida mundialmente como Massacre do Centro Cívico.