Cobrança do SISMMAR resulta em vitória para servidores do Estar

Ao acompanhar o retorno dos servidores ao expediente pleno, direção sindical identifica diversos problemas e cobra respeito às medidas sanitárias na sede do Estar; ação do sindicato resulta em suspensão das jornadas integrais

Secretário-geral do SISMMAR, Matheus Luz, conversa com servidores do Estar durante retorno ao expediente pleno, suspenso após pressão do sindicato – Foto: Matheus Gomes

A diretoria do SISMMAR acompanhou na manhã e tarde desta segunda-feira (14) o retorno dos servidores do Estacionamento Rotativo Estar ao expediente pleno, em razão da ampliação do funcionamento do comércio maringaense.. A pedido dos Representantes de Local de Trabalho (RLTs), a entidade de classe foi acionada para visualizar o primeiro dia de trabalho integral da equipe, que vinha em regime diferenciado nos últimos meses. A iniciativa se deu em virtude de aglomerações e outros problemas que possam colocar os trabalhadores em risco durante a pandemia, juntamente da ausência de qualquer laudo da Vigilância Sanitária.

Inicialmente, o atual secretário de Gestão e Chefe do Gabinete, Clóvis Augusto de Melo, informou erroneamente que o retorno seria apenas no próximo sábado (19), entretanto, uma nova informação foi repassada horas mais tarde pela gerente Janaina Ferreira. Durante a visita, o sindicato identificou inconformidades com os protocolos sanitários, como ausência de distanciamento seguro entre as cadeiras alocadas no espaço, número elevado de servidores, além do cruzamento entre as pessoas, por conta de uma porta fechada. Apesar destes pontos encontrados, apenas uma vistoria técnica pela equipe da Secretaria da Saúde poderia confirmar os problemas na sede do Estar, bem como apontar melhorias imediatas.

A ação que teve início às 8h, se deu justamente na chegada da maior parte da equipe que retorna ao expediente pleno, fato que favorece a aglomeração na área de armários e alimentação dos servidores. Neste mesmo espaço, uma porta com acesso às escadas estava fechada e lacrada com fitas. Sem maiores explicações no momento, os trabalhadores reclamaram da medida que além de prejudicar a circulação de ar, faz com que todos utilizem a mesma escadaria para chegar e sair. Ao mesmo tempo, as cadeiras alocadas não possuem marcações no chão e não estavam com distanciamento maior que um metro. 

O secretário-geral da entidade, Matheus Luz, realizou uma fala direta aos servidores sobre a necessidade dos cuidados individuais neste momento de avanço da pandemia. Na sequência, reforçou a necessidade da união entre os trabalhadores e o sindicato para que todas as irregularidades sejam repassadas imediatamente, a fim de que a atuação em prol da saúde da categoria seja rápida e efetiva. Além da questão sanitária, a iniciativa visou explicar a todos sobre as jornadas de sábado, que só poderiam ser feitas por vontade própria de cada trabalhador, sem convocação, junto do pagamento de horas extra. 

Com receio da exposição, diversos servidores conversaram com a direção sindical após a visita para relatar os problemas e o medo de contaminação pelo vírus. De maneira anônima, denúncias foram feitas pelo Aplicativo SISMMAR, que oferece espaço para que os servidores detalhem sobre o ambiente de trabalho sem qualquer tipo de identificação. Logo na sequência, a conversa do sindicato se deu com a direção do órgão, com cobranças pela presença da Vigilância Sanitária de maneira imediata para que todas as condições fossem verificadas.

Retorno do SISMMAR

Por volta das 16h30, horário em que os trabalhadores voltam ao prédio para organizar o fim do expediente, a direção do SISMMAR retornou ao Estar para conversar novamente. Por conta das cobranças, uma visita da Vigilância foi realizada ainda no período da tarde. Junto das explicações reiteradas aos trabalhadores, a diretoria do órgão de regulamentação dos estacionamentos de rua foi convidada para uma conversa após o encerramento da jornada de segunda-feira. 

Em virtude da Secretaria de Saúde ainda não ter emitido um parecer sobre as condições da sede, os dirigentes sindicais criticaram a ausência de medidas eficazes contra o coronavírus, também a desinformação sobre a data de retorno pleno e o descaso com os servidores. Também questionados sobre as razões de uma das portas permanecer fechada, a gerente Janaina Ferreira afirmou que era uma maneira de facilitar o monitoramento dos servidores, fato que ampliou as críticas por parte da gestão Sindicato é pra Lutar

Sob a justificativa de facilitar o monitoramento dos servidores, porta permaneceu fechada e lacrada com fitas durante a segunda-feira – Foto: Matheus Gomes

Ao final, com diversos descontentamentos ao modelo de funcionamento do Estar para acompanhar a maior flexibilização do comércio de rua, cobrou-se que os servidores voltassem a trabalhar no modelo de rodízio em dois turnos, enquanto a Vigilância Sanitária não emitir o parecer e informar o que deve ser modificado para que a saúde dos servidores seja garantida. Em razão de problemas semelhantes identificados em outros espaços do poder público municipal, como as contaminações na Casa Lar, a direção do SISMMAR foi intransigente na cobrança contra qualquer outra medida que não fosse em defesa da vida da categoria. Diante dos argumentos, o diretor Flávio Nasato concordou com o sindicato e anunciou a suspensão do expediente pleno a partir de hoje (15), enquanto não houve uma garantia das condições sanitárias

Sem um prazo específico, aguarda-se a devolutiva da Vigilância Sanitária que irá elaborar um parecer técnico sobre o ambiente analisado e o que deve ser feito para que a saúde de todos os frequentadores do espaço seja garantida. O sindicato reafirma o compromisso em defesa da vida e pelo respeito a todas medidas que garantam uma jornada segura durante a pandemia de covid-19.

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