Planejam jogar uma granada no bolso dos servidores públicos

Zé Dassilva/Reprodução

Assim como a esperança que devemos depositar nas lutas em 2021, também é de grande importância a quebra das ilusões: não há salvadores no poder! Em meio a luta de classes, cada vez mais escancarada diante das diversas crises que nos atingem, os trabalhadores no geral, mas os servidores públicos, em especial, são constantemente escolhidos para pagar esta conta amarga. Seja em Maringá, ou nos níveis estadual e federal, a lista de ataques ao funcionalismo cresce ano a ano sob o lema do “ajuste fiscal” eterno, que, além das injustiças contra o trabalhador, faz parte do processo de precarização dos serviços públicos.

No que se refere a Maringá, é necessário preparar as mobilizações neste início de 2021, diante da proximidade da Campanha Salarial entre fevereiro e março. Em razão da votação na Câmara Municipal contra os servidores, por meio da aprovação do PLC 2029/2020 que aumenta a alíquota a ser paga para a previdência dos atuais 11% para 14%, propostas devem ser amplamente discutidas e trabalhadas para reverter este presente nada agradável no bolso do funcionalismo municipal.

Durante a votação em dezembro, inclusive, alguns parlamentares afirmaram que votariam com o prefeito Ulisses Maia (PSD) naquele momento, mas apoiariam o funcionalismo em outras pautas para compensar. Diante destas promessas, quase sempre vazias, apenas a organização e a pressão constante podem fazer valer a vontade de milhares de servidores que serão prejudicados diretamente com a medida recém aprovada.

Ao mesmo tempo em que a cobrança ocorrerá para o Legislativo e Executivo maringaense, as atenções também precisam ser voltadas para Curitiba e Brasília. Em dezembro, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o projeto 19/2020 do governador Ratinho Jr. (PSD) foi aprovado com votos dos deputados, eleitos por Maringá, Do Carmo (PSL), Homero Marchese (PROS) e Dr. Batista (DEM). Entre outra medidas, a lei suspende por tempo indeterminado as promoções e progressões de carreira dos servidores estaduais, enquanto nenhuma contrapartida por parte dos mais ricos foi sequer cogitada.

Na Câmara Federal, deve ir para votação em 2021 a Reforma Administrativa, de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, que aumenta o poder do presidente, incentiva à privatização com o enfraquecimento dos serviços públicos oferecidos à população e, inclusive, põe a estabilidade em risco, favorecendo a escolha para cargos mediante critérios ideológicos e interesses próprios. É a granada no bolso dos servidores. Em um momento de pandemia, em que fica mais nítida que nunca a importância e o esforço empenhado pelos servidores públicos, conservadores e liberais atuam no sentido contrário ao da valorização deste setor fundamental para qualquer nação. Seja em qualquer nível de governo, o conhecimento completo da situação e o trabalho pela mobilização da classe ao longo deste novo ano serão fundamentais para a construção das vitórias que virão.

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