A importância de defender os serviços públicos brasileiros
Gehélison Gomes
Secretário de Finanças da gestão Sindicato é pra Lutar
Muitas pessoas esperaram ansiosamente o fim de 2020. Afinal, ano passado será difícil de esquecer devido à maior pandemia da história desde a gripe espanhola de 1918, combinada com a maior recessão mundial desde 1929. Uma pandemia que já matou mais de 1,8 milhão de pessoas nos números oficiais e que no Brasil já vitimou cerca de 200 mil.
Assistimos ainda a escalada dos preços dos alimentos. O preço do arroz praticamente dobrou desde o ano passado. Outros produtos da cesta básica também tiveram aumento, como o feijão preto e a carne, que subiram 30% e 40% no último ano, respectivamente.
Antes da pandemia, o Brasil tinha 51,7 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, informam os dados do IBGE. De acordo com os estudos da Organização das Nações Unidas (ONU), esse número irá dobrar. Para piorar, aproximadamente 48 milhões de brasileiros ficaram sem o auxílio emergencial, sua única fonte de renda. Nessa conjuntura, a defesa dos serviços públicos é fundamental.
Infelizmente, o governo federal enviou ao Congresso uma PEC que pretende realizar uma ampla reforma administrativa que impactará duramente a vida dos servidores públicos, sejam eles federais, estaduais ou municipais. Com exceção, é claro, dos altos cargos.
O texto da reforma prevê a redução de salários, extinção de carreiras, cargos, gratificações, funções e órgãos, o fim da estabilidade e retirada de benefícios. É importante frisar que se os servidores forem atingidos, o maior prejudicado será a população que mais necessita destes serviços. Basta observar o papel que desempenharam os servidores na linha de frente do combate à covid-19.
Por isso, é necessário construir a mais ampla unidade de ação entre os servidores e o conjunto dos trabalhadores para derrotar essa reforma. O que está em jogo são os serviços públicos de qualidade para a população.