Servidores conseguem vitória após embate na Câmara
Em rápida articulação do sindicato e trabalhadores, protesto cobrou a retirada de Projeto que visa garantir as aulas presenciais em Maringá, mesmo com forte avanço da pandemia; após importante vitória para a categoria, mobilização segue pelas redes sociais
Após rápida mobilização da categoria da Educação e do SISMMAR na manhã de hoje (23), a Câmara de Maringá retirou de pauta o Projeto de Lei que prevê a classificação da “educação municipal como serviço essencial”. A medida impede que as aulas presenciais sejam suspensas, mesmo diante do avanço da pandemia na Cidade e do baixo número de leitos disponíveis para covid-19.
Do lado de fora da Casa de Leis, dezenas de servidores e contrários ao retorno às salas de forma não segura realizaram manifestação organizada para cobrar a retirada da proposta. Cobrança esta que surtiu efeito diante do entendimento dos parlamentares sobre os riscos que poderiam ocasionar para toda a população de Maringá ao votarem um projeto sem discussão aprofundada e melhor avaliação do cenário da pandemia.
Projeto e Protesto
Encaminhado em caráter de urgência e sem qualquer aviso prévio, a direção do SISMMAR tomou conhecimento do Projeto de Lei nº 15835/2021, de autoria de Sidnei Telles (Avante) na noite desta segunda-feira (22). Em suma, o documento classifica as atividades educacionais, por meio da oferta de aulas presenciais, como essenciais. Aos olhos da lei, a aprovação resultaria na transformação das aulas em salas fechadas como um exercício que “não estará sujeito a suspensão ou interrupção”, mesmo diante de agravamento da pandemia e necessidade de medidas para conter o avanço do vírus que já matou quase 250 mil brasileiros, sendo mais de 415 maringaenses.
Frente à gravidade da medida, no mês em que a taxa de ocupação dos leitos privados em Maringá superou a marca de 100% e há a ocupação de três a cada quatro leitos do SUS, a gestão Sindicato é pra Lutar organizou os servidores que se deslocaram para à Câmara, a fim de reverter a situação. Em lugar aberto, com máscaras, uso de álcool e respeito ao distanciamento seguro, um protesto ocorreu em frente à Câmara para pressionar os vereadores.
Anteriormente ao conhecimento do projeto, o sindicato já havia solicitado espaço na tribuna da Câmara a fim de ampliar o debate sobre o retorno das aulas presenciais. Em pedido acatado nesta terça-feira, a presidente do SISMMAR, Priscila Guedes, utilizou do espaço para defender a retirada imediata do projeto em virtude dos graves riscos de contaminação de profissionais da Educação, crianças, pais e responsáveis pelos estudantes. Após conversas do grupo e da direção sindical com parlamentares, o próprio autor da medida acatou os argumentos, compreendeu o perigo e optou por revogar o caráter de urgência. A vitória foi celebrada, entretanto, a direção sindical continuará atenta visto as possibilidades de retorno à Câmara nos próximos dias.
Abaixo-assinado
Como forma de mobilizar e organizar todos os contrários ao retorno presencial sem segurança, o SISMMAR dá início a coleta de assinaturas de forma virtual. Por meio de uma das maiores plataformas do mundo, foi lançado o abaixo-assinado “Contra às aulas presenciais em Maringá”. Através do material, o objetivo será reunir o máximo de pessoas, dentre servidores, pais e responsáveis, para cobrar do legislativo e executivo maringaense uma posição contrária ao Projeto de Lei nº 15835/2021, bem como qualquer outra medida semelhante que irá agravar ainda mais a situação da pandemia na Cidade.
Link direto para o abaixo-assinado:
http://chng.it/GKDDr7LCTG