Carta do servidor Reinaldo Carrara
DIETA DO CAPIM
Quero parabenizar o prefeito Silvio Barros, que promoveu no começo de seu mandato um curso para os servidores públicos sobre gerenciamento familiar. Pena que ao fazer isso, submeteu todos os funcionários públicos municipais a uma grande humilhação. O palestrante do curso usou como modelo de gerenciamento familiar os trabalhadores japoneses que, segundo ele, aposentam-se com uma poupança de US$ 150 mil. Com a comparação, queria incentivar os servidores públicos a economizar, e uma fonte de economia aos trabalhadores seria deixar de comer carne. Sobre essa observação, foi prontamente questionado por um servidor que trabalha no serviço pesado, que lhe disse: “Nós precisamos de alimentos sólidos e fortes, pois nosso serviço exige muita força física”. O servidor ficou espantado com a resposta do palestrante: “Burro come capim e tem força. Não tem motivo para comer carne”. Como servidor público municipal há 15 anos, nem a dieta do capim sugerida pelo palestrante dá para ser bancada com o salário que recebemos. Ainda mais se compararmos com os japoneses. Caso eu depositasse todo o meu salário, sem retirar os descontos, levariam 39 anos e 10 meses para conseguir atingir o valor de US$ 150 mil. Isso prova que nem se comesse capim e bebesse água dos rios poluídos de Maringá eu conseguiria atingir o valor da poupança dos trabalhadores japoneses. Agora, se considerarmos apenas o valor líquido, levariam 54 anos e alguns meses.
Quero parabenizar o prefeito Silvio Barros, que promoveu no começo de seu mandato um curso para os servidores públicos sobre gerenciamento familiar. Pena que ao fazer isso, submeteu todos os funcionários públicos municipais a uma grande humilhação. O palestrante do curso usou como modelo de gerenciamento familiar os trabalhadores japoneses que, segundo ele, aposentam-se com uma poupança de US$ 150 mil. Com a comparação, queria incentivar os servidores públicos a economizar, e uma fonte de economia aos trabalhadores seria deixar de comer carne. Sobre essa observação, foi prontamente questionado por um servidor que trabalha no serviço pesado, que lhe disse: “Nós precisamos de alimentos sólidos e fortes, pois nosso serviço exige muita força física”. O servidor ficou espantado com a resposta do palestrante: “Burro come capim e tem força. Não tem motivo para comer carne”. Como servidor público municipal há 15 anos, nem a dieta do capim sugerida pelo palestrante dá para ser bancada com o salário que recebemos. Ainda mais se compararmos com os japoneses. Caso eu depositasse todo o meu salário, sem retirar os descontos, levariam 39 anos e 10 meses para conseguir atingir o valor de US$ 150 mil. Isso prova que nem se comesse capim e bebesse água dos rios poluídos de Maringá eu conseguiria atingir o valor da poupança dos trabalhadores japoneses. Agora, se considerarmos apenas o valor líquido, levariam 54 anos e alguns meses.
(publicada no jornal O Diário, em 18 de janeiro de 2006)