A MORALIZAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO DEVERIA COMEÇAR PELOS SEUS GESTORES

O prefeito declarou na inauguração da sala de licitações que haverá um processo de moralização no serviço público. Disse que há servidores usado o vale transporte como moeda de troca e que servidores pegam atestados médicos falsos para não ter o dia descontado. Ele disse: ”É fácil apontar o dedo e dizer que o político é corrupto, mas pegar um atestado médico para receber o dia não é corrupção?”. Não resisti e me arrisco a comentar.Descobriu-se o ovo de Colombo. O prefeito anuncia qual é seu o alvo. O remédio para a moralização o serviço público é a demissão daqueles que “supostamente” vendem seus vales transportes. É mais fácil demitir um servidor alegando que ele vende seus vales transportes do que remunerá-lo com um salário digno. É mais fácil dizer que o servidor pega atestado médico falso do que implementar um programa de prevenção de doenças adquiridas no trabalho. Melhorar suas condições de trabalho nem se fala. Alguém lembra do gari que foi atropelado durante o trabalho? Será que ele usava os materiais de segurança? Os garis que têm um salário base de quinhentos reais mensais e ficam doentes em decorrência do trabalho correm o risco de ter seu atestado taxado de falso.O discurso do prefeito é o mesmo, legalidade e moralidade. Mas me atrevo a questionar: A contratação de uma empresa por mais de um milhão de reais sem licitação é ilegal ou imoral? O uso de um carro oficial para fins particulares, ilegal ou imoral? E a contratação um grande número de cargos de confiança e sem concurso o que seria? E a compra de lap top’s superfaturados isso, nem se fala.Realmente a moralização no serviço público deve ser feita. Mas no serviço público como um todo. Me parece que o alvo, nesse caso e como sempre, são os trabalhadores. E aqueles que deveriam dar exemplos de moralidade e legalidade acabam saindo impunes.

autor: Paulo Vidigal – auxiliar de enfermagem

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