Mulheres em passeata anunciam apoio e cobrança a Dilma
Mulheres e homens de várias cidades protestaram no centro de São Paulo, no sábado, marcando o Dia Internacional de Luta das Mulheres, adiado do dia 8 por causa do carnaval.
A passeata durou quatro horas. O consenso entre as organizações que participaram do ato é de que a presidente Dilma Rousseff, primeira mulher a comandar o país, terá o apoio dos grupos, mas será muito cobrada pela luta contra o machismo, principalmente no trabalho.
A secretária estadual da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Sônia Auxiliadora, lembrou que Dilma assumiu durante a campanha o compromisso de construir seis mil creches.
“Precisamos estar juntas para cobrar avanços como a ampliação de creches públicas, para que não sejamos privadas de entrar no mercado de trabalho ou termos que ingressar na vida pública porque não temos ninguém para cuidar de nossos filhos.”
“Mas não é só a Dilma que vamos cobrar. Queremos mais creches, mas também precisamos de mais ônibus, mais atenção à violência. E isso vamos cobrar também do governo paulista e da Prefeitura”, disse a costureira Maria do Socorro da Silva Rocha, moradora do Jardim Angela, na capital paulista.
As mulheres com necessidades especiais também foram ao protesto, em cadeiras de rodas.
“Na verdade, precisamos melhorar muito, não só em nível federal, mas em todos”, disse Onofra dos Santos Manuel, moradora em Hermelindo Matarazzo.
Neste ano, mais homens participaram da marcha das mulheres, na percepção das organizadoras. Artur Cardoso e Roberto Vasconcelos, universitários de Campinas, eram dois deles.
“Viemos à manifestação de São Paulo para mostrar que a luta das mulheres é de todos os trabalhadores. Nós defendemos a igualdade”, disse Artur.
Para a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira Leite, os dois pontos principais que unificam a luta feminista são o combate à violência doméstica e à diferença salarial entre trabalhadores e trabalhadoras.
“A cada dois minutos, cinco mulheres sofrem violência no Brasil. Apesar de o número ter diminuído nos últimos 10 anos, com a Lei Maria da Penha (em 2006), o dado ainda é alarmante. Além disso, sabemos que a mulher brasileira, mesmo com maior escolaridade do que o homem, recebe 30% a menos para desempenhar a mesma tarefa.”
“O simples fato de eleger uma mulher não resolve os problemas, mas também não podemos negar o fato histórico de ter a primeira mulher na Presidência da República. Queremos que ela continue a política de colocar a mulher como a principal responsável em programas de distribuição de renda e moradia”, disse Rozina Conceição de Jesus, presidente da União Brasileira de Mulheres.
Fonte: Brasília Confidencial