Presidente nacional da CUT fala a representantes sindicais
O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, participou na quinta-feira (10) de uma plenária sindical organizada pela CUT Paraná, em Curitiba. Freitas traçou um histórico da Central e sua importância para o desenvolvimento do Brasil. Abordou temas espinhosos e reforçou o papel dos sindicatos nas lutas da classe trabalhadora. Segundo o presidente, “é preciso representar o trabalhador como cidadão.”
Para a vice-presidente Nacional da Central, Carmen Foro “a CUT cumpriu e continua cumprindo seu papel transformador da sociedade brasileira, quando se propôs 30 anos atrás a organizar a classe trabalhadora”.
A presidente da CUT Paraná, Regina Cruz, destacou a capacidade de organização da Central, que mesmo diante das dificuldades, não perdeu o poder de mobilização. “Ficamos sem sede, desde janeiro, mas não deixamos de fazer a luta. Nos organizamos e construímos nossas prioridades. Estivemos presentes nas grandes mobilizações deste ano, como por exemplo, contra o PL. 4.330, seja aqui no Paraná ou acompanhando a Nacional em Brasília”, afirmou.
CUT Combativa
Freitas falou ainda sobre lutas históricas da Central. “A CUT é a soma da luta dos seus sindicatos. Se nós temos lutas nos sindicatos, nós temos uma CUT combativa. Quem organizou mais greve do que a CUT nos últimos 12 anos? Neste momento que estou falando aqui vocês tem noção de quantos sindicatos da CUT Estão em greve? Enfrentando governo, patrão para defender os trabalhadores?”, provocou.
O resultado destas lutas, de acordo com Freitas, contribuiu para o crescimento econômico, na construção da política do salário mínimo e em uma média de aumento real de 2,5% a 3,5% nos últimos anos para os trabalhadores. “Vocês acham que isso teria sido obtido sem a luta da CUT e dos sindicatos da CUT? Qual luta importante nos últimos anos que não teve a participação da CUT”, questionou.
De acordo com ele, a construção de uma tentativa de desmoralização do movimento sindical e do militante cutista no Brasil vem da direita, de forma inteligente, dentro da disputa de poder.
Manifestações de junho
Aos cutistas presentes, Vagner Freitas revelou que viu com bons olhos as manifestações de junho que tomaram conta do País. Contudo, fez algumas ressalvas. “Esta história do apartidarismo, do movimento do eu por eu mesmo, sem partido, sem sindicato, sem participação coletiva, é uma construção da direita. Nossa proposta é outra: de coletividade, de agregação, sindicalismo, companheirismo. É isso que construiu a CUT”, avaliou.
Reformas
Na plenária, Vagner Freitas adiantou que a CUT deverá focar seus esforços em novas campanhas em defesa da classe trabalhadora, como o fim do fator previdenciário e a reforma política. “Na agenda de curto prazo também queremos construir nosso plebiscito pela reforma política e tributária”, afirmou. O presidente também defendeu uma constituinte para realizar as mudanças no sistema político brasileiro.
De acordo com ele, não há uma representação fidedigna da classe trabalhadora nas instâncias de poder, sobretudo no judiciário e no legislativo. O presidente também criticou a grande mídia, concentrada na mão do capital e a concentração fundiária.