Pupin pede por greve ao levar 44 dias para oferecer indignos 4% à categoria
O reajuste oferecido pelo prefeito Carlos Roberto Pupin na mesa de negociação, na tarde desta sexta-feira (18), no Paço Municipal, não é digno, não é justo com o servidor(a) municipal. Depois de sonegar o diálogo com a categoria e de levar 44 dias para apresentar sua primeira proposta, Pupin ofereceu vergonhosos 4% de reajuste.
Ao amparar sua proposta na crise financeira, Pupin quer compensar o momento econômico delicado cortando no bolso dos trabalhadores(as) ao invés de cortar cargos comissionados (CCs) e de reduzir as despesas, por exemplo, com verbas publicitárias. Ao oferecer 4%, Pupin não se importa se o trabalhador ficará ainda mais empobrecido frente a uma inflação que corrói o poder de compra e que chegou a 11,08%.
A verdade escancarada pelo índice proposto é de que o prefeito de Maringá, que há pouco tempo anunciava superávit para promover seu governo, não se importa se os servidores(as) com menores salários não terão condições de dar uma alimentação digna a suas famílias.
Inflação era o mínimo
Para que o servidor(a) não ficasse mais pobre do que já é (porque a maioria ganha baixos salários), a administração teria de oferecer no mínimo 11,08%, que é a inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Ainda assim, segundo estudo técnico Dieese (que encontrou falhas na prestação de contas da Prefeitura), seria possível conceder 17,5%.
Os 4% de reajuste, na prática, significam que os servidores ficarão 7,08% mais pobres. A reposição da inflação pode não fazer diferença para quem ganha um salário de mais de R$ 22 mil (que é o caso do prefeito) ou até para quem ganha bons salários, como é o caso dos secretários (mais de R$ 12 mil cada) e da maioria dos CCs. Porém, fará muita falta para os servidores(as) que ganham baixos salários e que são quem realmente trabalham na Prefeitura.
VOCÊ SABIA?
- Maringá ocupa primeiro lugar entre os municípios do PR no ranking da Firjan
- Prefeitura de Maringá fechou o ano de 2015 com um superávit de R$ 128 milhões
- Veja a lista de municípios que já deram o reajuste igual ou maior do que a inflação
- Pupin ignorou pedido dos vereadores ao oferecer apenas 4% de inflação
Irresponsável
Para não dizer mais, Pupin foi irresponsável diante da realidade dos fatos. E os links acima são de matérias publicadas no próximo site da Prefeitura!
Segundo o índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que monitora o desenvolvimento socieconômico dos municípios brasileiros, Maringá está classificada na primeira colocação no Paraná e em 22º lugar o Brasil. Como pode, então, Maringá não repor ao menos a inflação nos salários dos funcionários(as) se muitos outros municípios, entre eles Sarandi (veja aqui), já o fizeram?
A administração também se mostra incoerente em uma proposta que vai prejudicar e muito seus servidores(as). Em 25 de fevereiro, o secretário de Gestão e Fazenda, José Luiz Bovo, apresentou na Câmara aos vereadores a prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2015, destacando um superávit de 128 milhões de recursos livres do município, além de 37 milhões de lucro de investimentos. Cadê esse dinheiro?
Assembleia
A reação dos servidores vai ser na medida que essa administração merece. Ao fazer os servidores esperarem por 44 dias e, depois, oferecer um reajuste vergonhoso e indigno de 4% (7,08% abaixo da inflação), Pupin praticamente deflagrou uma greve da categoria e será dele a total responsabilidade pelos prejuízos que serão causados à população com a interrupção de servidos públicos decorrente de uma paralisação.
O SISMMAR já havia convocado todos(as) os servidores(as) para Assembleia Geral da Campanha Salarial 2016 neste sábado, às 8h30, na Câmara Municipal. Antevendo que essa administração não respeitaria seus servidores, a direção do sindicato incluiu na pauta a discussão sobre o indicativo de greve.
Resta pouca dúvida de que Pupin desencadeou uma paralisação. Havia o receio de que a administração tentasse encher a assembleia com FGs (funções gratificadas) para tentar aprovar o reajuste indigno. Mas é certo que os 4% já inflamaram a categoria, que comparecerá em peso para massacrar essa proposta vergonhosa e exigir um índice minimamente digno. Não é Pupin que tem de comer ovo no lugar de carne por conta da crise. São aqueles que ganham pouco mais de um salário mínimo que sabem o que é passar dificuldades.
Servidor(a), participe em peso da assembleia, reforce o convite a colegas de trabalho, compartilhe as postagens do SISMMAR e dos dirigentes sindicais nas redes sociais, una-se às manifestações organizadas pelo sindicato e aprovadas em assembleia. Não permita que um prefeito incoerente, insensível e desrespeitoso jogue no lixo os suados ganhos reais conquistados com muita luta nos últimos anos. Não basta ir à rua exigir um Brasil melhor se, antes disso, não fizermos o dever de casa por um município mais justo!
Juntos somos mais fortes. Pupin vai ver!
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