Curitiba e Cascavel também repõem a inflação dos servidores municipais
A cada dia que passa, fica mais difícil para a administração municipal sustentar a tese que não tem como dar aos servidores mais do que os indignos 5,54% de reajuste, ou seja, apenas a metade da inflação de 11,08%. Em outras cidades paranaenses, em tempos de crise, a regra tem sido reajuste os salários pela inflação; e a exceção tem sido dar um pequeno ganho real.
A lista cresce na medida em que as campanhas salariais vão se encerrando. E agora, Curitiba e Cascavel engrossam a lista. De forma surreal, a Maringá do superávit de R$ 128 milhões agora não tem grana para dar a inflação. Pupin, que há de errado com as contas públicas?
Curitiba concede 10,36%
Na semana passada, a Prefeitura de Curitiba enviou à Câmara Municipal projeto de lei concedendo reajuste de 10,36%, com pagamento no contracheque do mês de abril (detalhes aqui). O índice tem como base o IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo) e representa 100% da reposição da inflação acumulada nos últimos doze meses.
Ao contrário de Pupin, que não se preocupa com os servidores(as) que ganham baixos salários, houve sensibilidade da parte do prefeito de Curitiba. “O prefeito Gustavo Fruet determinou um esforço adicional para assegurar aos servidores a preservação dos salários neste momento de inflação alta”, comentou a secretária de Recursos Humanos, Meroujy Cavet.
Cascavel dá 12%
Na maior cidade do Oeste do Paraná, o prefeito Edgar Bueno se negou a dialogar com os servidores, mas ainda assim optou por dar reajuste de 12% à categoria, parcelado em três vezes: maio (4%), julho (4%) e setembro (4%) – provando que é possível pagar o reajuste da inflação mesmo após 2 de abril (detalhes aqui).
Os 12% consideram a inflação entre maio de 2015 e fevereiro de 2016 medida pelo INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) mais a reposição de 2,34% pendentes do ano passado. Em Cascavel, o reajuste representa um gasto extra de 19,7 milhões em 2016. O prefeito disse que em função das restrições por se tratar de um ano eleitoral, foi necessário antecipar a data-base de abril para maio. Ele ressaltou que se isso não ocorresse os servidores corriam o risco de ficar sem o aumento salarial.
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Maringá 5,54%?
Diante do que ocorre em outras grandes cidades do Estado, a postura da gestão Pupin envergonha Maringá. 5,54% obrigou a categoria a recorrer à greve como única alternativa para buscar um reajuste digno, que considere ao menos a inflação. Com isso, quando os serviços públicos pararem, a população precisa saber que a culpa será inteiramente do prefeito Pupin.