Sob denúncias de ilegalidade e alto custo, Pupin inicia coleta terceirizada do lixo
A semana amanhece triste para todos aqueles que se importam com a cidade e que querem uma Maringá melhor, mais inclusiva, com uma administração que escute os anseios e as propostas de seu povo. E o imbróglio do lixo está aí para provar que a administração Pupin de inclusiva não tem nada. Contrariando argumentos sólidos de que esse não era o melhor caminho, já está operante a coleta 100% terceirizada do lixo (ouça aqui a matéria da rádio CBN sobre o assunto).
Essa terceirização dá ampla margem de sobra para desconfianças por parte da população. A contratação de uma empresa para executar o serviço ocorre mesmo depois de 13 dos 15 vereadores pedirem a suspensão da concorrência pública para a coleta. A decisão da Câmara decorreu do entendimento de que o assunto deveria ser mais bem debatido e também em decorrência das inúmeras manifestações populares contra essa privatização. Mas Pupin deu as costas à Câmara e terceirizou mesmo assim.
Em ofício enviado ao prefeito (veja os detalhes aqui), os vereadores destacaram que a proposta de terceirização não foi precedida de um estudo de viabilidade técnica, ambiental e econômica. Pelo contrário, o que houve foi um estudo contrário à proposta revelando que os valores previstos no edital representariam – no caso da terceirização – um custo 117% mais caro do que a gestão pública do serviço de coleta e destinação final do lixo.
O ofício também destacou uma afronta à legislação federal pela inexistência de Plano Municipal de Resíduos Sólidos. E os vereadores lembram ainda as inúmeras ilegalidades denunciadas pelo Observatório Social de Maringá (OSM) nesta tentativa arbitrária de terceirização. A ausência de amplo debate sobre o assunto foi outro item que embasou o ofício dos vereadores contra a decisão de Pupin.
Olho da cara $$$
Antes desse ofício, levantamento do vereador Humberto Henrique (PT) apontou que com a diferença de custo entre o serviço terceirizado e a coleta pública seria possível construir 1.500 casas populares ou 50 novos postos de saúde ou 40 CMEIs. O SISMMAR é contra a terceirização de um serviço que deve ser público e contra a total inaptidão de Pupin para o diálogo com a sociedade.