APP repudia ‘Monitor da Doutrinação’ e Gazeta do Povo tira ferramenta do ar

A APP-Sindicato, entidade que representa os professores(as) e funcionários(as) da rede pública do Paraná, e que há 70 anos luta por uma escola pública capaz de formar cidadãos livres e socialmente responsáveis,  vem a público manifestar o repúdio contra o jornal estadual Gazeta do Povo com a divulgação do Monitor da Doutrinação.

A Gazeta do Povo, ao divulgar o que chama de “nova plataforma de denúncias”, demonstra, além de desrespeito com profissionais da educação, o despreparo pedagógico e humano, ao incitar, na escola, o clima de denuncismo e perseguição.

O jornal estimula que pais, mães, estudantes e comunidade denunciem o que, individualmente, considerem fora dos seus valores familiares, religiosos, políticos e sociais. O acervo de “reclamações” fica virtual e publicamente disponível para leitura em um espaço de destaque no portal do jornal. Assim, a Gazeta faz da sala de aula, palco de repressão moral.

Se o jornal Gazeta do Povo está realmente tão preocupado com o conteúdo pedagógico repassado em sala de aula, por que não há nenhuma matéria ou divulgação da Conferência Nacional Popular de Educação (Conape)? As etapas municipais acontecem neste mês. Esse é o espaço organizativo e democrático aberto a todo e qualquer cidadão que queria propor, sugerir, debater sobre tudo que se passa nas escolas (conteúdo, formas de administração, como tratar das questões de igualdade, etc).

Leia a nota completa da APP-Sindicato, publicada na sexta-feira (8).

 

A iniciativa pegou tão mal que a Gazeta do Povo comunicou, domingo (10), a retirada do Monitor da Educação do ar. As críticas vieram de todos os lados, como o próprio jornal registrou:

“O Monitor da Doutrinação provocou forte repercussão entre parte dos leitores, como também entre professores e seu sindicato no Paraná, advogados e empresárias. A reação nos levou a refletir se a ferramenta era condizente com o papel da comunicação, a finalidade editorial e a personalidade da Gazeta do Povo. Se contribuía efetivamente para a construção de um ambiente permanente de debate cordial e construtivo (…)”

Ao término de sua matéria (leia aqui o texto completo), o jornal pede “compreensão daqueles que se sentiram atingidos pessoal ou profissionalmente pela ferramenta”.

 

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