Assembleia pede 10% de reajuste para servidores municipais

Aumento do vale-alimentação de R$ 312,50 para R$ 500 também está na lista de reivindicações

Em assembleia geral realizada pelo SISMMAR, na manhã deste sábado (16), a categoria aprovou por unanimidade a proposta de 10% de reajuste para os servidores(as) municipais. A primeira assembleia da Campanha Salarial 2019 contou com o plenário da Câmara Municipal lotado.

Servidores(as) municipais na primeira assembleia da Campanha Salarial, no plenário da Câmara (16/02/2019) – fotos: Valter Baptistoni

O reajuste de 10% compreende ganho real e a reposição da inflação no acumulado de 12 meses – considerando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), conforme prevê o Estatuto do Servidor.

“Agora é ganho real” é o tema desta Campanha Salarial. Durante a assembleia, a presidenta do SISMMAR, Iraídes Baptistoni, apresentou no telão infográfico que aponta importantes itens de consumo com uma inflação bem acima dessa medida pelo INPC. Alguns exemplos são a farinha de trigo (+19,8%), o gás de cozinha (+15,8%), o leite longa vida (+15,2%), os combustíveis (+11,6% na média de gasolina, etanol e diesel), o frango inteiro (+10,8%) e as frutas (+10,2%, na média).

Considerando a perda do poder de compra dos salários dos servidores da Prefeitura de Maringá, a assembleia também propôs o aumento do vale-alimentação de R$ 312,50 para R$ 500. No entanto, a categoria pede a concessão do benefício também para servidores municipais aposentados e em casos de licença-maternidade e licença-prêmio.

Foram incluídos na pauta de reivindicações demandas pendentes da categoria (veja no quadro ao fim da matéria).

Entre os servidores que pediram a palavra, um deles lembrou que o prefeito Ulisses Maia (PDT), quando ainda era vereador, acompanhou de perto a greve de 2016 e presenciou a luta dos servidores por um salário justo – chegando a comer marmita na porta do Gabinete do ex-prefeito Carlos Roberto Pupin (PP), juntamente com os grevistas. “Estamos nos calando com o vale-alimentação. Dinheiro para comprar vaga [em creche] ele [prefeito] tem”, criticou uma servidora, que cobrou ganho real.

A votação ocorreu após o sindicato apresentar números da inflação e da prestação de contas da Prefeitura, o que incluiu os limites de gastos com a folha de pagamento. O levantamento apresentado à categoria foi realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido do SISMMAR, como ocorre em todo início de campanha salarial.

Após a definição dos itens da pauta, a assembleia votou para formar a Comissão de Negociação (foto abaixo), que acompanhará o SISMMAR nas conversas com o governo. A comissão ficou composta pela servidora Maria Helena da Silva (Saúde) e pelos servidores Matheus Luz (Seduc), José dos Reis Torres (Aposentado), Moisés Rebouças Santos (Sege), Valdir Peters (Sasc) e Adelson Rosa de Campos (Semusp).

Membros da Comissão de Negociação eleitos pela assembleia

O SISMMAR informará Ulisses sobre todas as deliberações da assembleia. O ofício será protocolado no Paço Municipal às 8h de segunda-feira (18). A próxima assembleia foi marcada para 27 de fevereiro. Até lá, comissão e sindicato deverão se reunir com a administração para tratar das reivindicações da categoria.

Pautas desta campanha

  • Reajuste salarial de 10%, compreendendo a reposição da inflação no acumulado de 12 meses (pelo INPC) mais ganho real;
  • Aumento do vale-alimentação de R$ 312,50 para R$ 500, com a contrapartida mínima prevista em lei. Pagamento do vale por matrícula e também em casos de licença-maternidade e licença-prêmio;
  • Concessão do vale-alimentação para servidores municipais aposentados.

Pautas pendentes

  • Estatuto da Guarda Municipal;
  • Regime Contratual Único;
  • Jornada de 30 horas da Saúde;
  • PCCR Geral;
  • PCCR do Magistério;
  • Piso ACS/ACE;
  • Pagamento da Progressão Atrasada;
  • Pagamento das perdas decorrentes do parcelamento do índice inflacionário de 2016 garantido pela Lei Complementar n° 239/98;
  • Revogação das terceirizações (compra de vagas em creches, poda, varrição e coleta seletiva);
  • Revogação da lei que dispõe sobre a instalação de câmeras nas salas de aula.

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