Trabalhadores rejeitam reforma de Bolsonaro e organizam luta

Dia de mobilização em 8 de março será o primeiro ato em defesa da previdência pública e solidária

? SISMMAR, com informações da CUT

Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, realizada na Praça da Sé, no centro de São Paulo, na tarde de quarta-feira (20), rejeitou a proposta do governo federal para a Reforma da Previdência. O texto, elaborado sem qualquer consulta popular, foi entregue pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), horas antes da assembleia, aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Rodrigo Maia (DEM) e Davi Alcolumbre (DEM), respectivamente.

Classe trabalhadora fará mobilizações em todo o País

A assembleia aprovou um calendário de lutas e mobilizações nos locais de trabalho e nos bairros de todos os municípios do País. A luta – com organização já iniciada em várias cidades, como Maringá – será pelo direito de se aposentar e contra regras demasiadamente pesadas para a classe trabalhadora, em especial para os brasileiros mais pobres.

Em Maringá, na noite de quarta, uma plenária realizada no Sinteemar debateu o tema e tirou estratégias de luta. Participaram sindicatos – entre eles o SISMMAR –, entidades, movimentos sociais, professores e estudantes. Organizada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Ampla, a plenária teve a participação do secretário-geral da CUT-PR, Márcio Kieller, que fez a análise da conjuntura política e social do Brasil hoje.

Diante do cenário do País, com essa pauta bomba que fragiliza os direitos sociais da classe trabalhadora e do povo brasileiro, foi tirado que haverá ações em conjunto em Maringá, envolvendo a região

Vera Lucia Pedroso Nogueira, presidenta do Sindaen
Manifestação de lideranças sindicais antes da plenária no Sinteemar (20/02/2019)

A plenária aprovou a construção e envio de moção de recomendação às centrais sindicais para que elas, com sua força de mobilização, construam uma greve geral no Brasil. Em outra ação, seguindo orientação nacional, entidades farão um dia de mobilização contra a reforma de Bolsonaro e em defesa da previdência pública e solidária.

A data escolhida para a mobilização foi 8 de março, Dia Internacional da Mulher, já que as mulheres serão as mais lesadas por essa reforma cruel e sem participação popular. Na segunda-feira (25), às 19h, haverá reunião no Sindaen com a coordenação das duas frentes, juntamente com a Coordenação dos Movimentos de Mulheres de Maringá, para organizar esse ato.

O SISMMAR chama todos os servidores municipais a participarem não apenas da mobilização do dia 8, mas de todas as ações que serão organizadas daqui para frente, inclusive uma possível greve geral. Os servidores públicos, vale destacar, estão entre os grandes prejudicados pela proposta apresentada por Bolsonaro.

O servidor precisa entender que também será muito prejudicado por essa reforma pretendida pelo governo Bolsonaro. Precisamos da união de todos e todas nesse momento

Iraídes Baptistoni, presidenta do SISMMAR

Proposta penaliza a classe trabalhadora

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, a luta é necessária porque essa proposta do governo Bolsonaro praticamente acabará com os benefícios assegurados pela Previdência. “Se o trabalhador ficar doente, não conseguirá mais se afastar pelo INSS. É isso que representa essa proposta”, alerta Freitas.

Em resposta à propaganda oficial do governo, que alega que a reforma acabará com os privilégios, o presidente da CUT diz que, na verdade, ocorrerá o contrário. Trabalhadores serão penalizados para manter as benesses dos verdadeiros

privilegiados, entre eles os políticos, que conseguem se aposentar com todos os privilégios após dois mandatos.

“Privilégio é o alto escalão do Judiciário, é a cúpula militar. E a reforma não acaba com privilégios, simplesmente acaba com o direito à aposentadoria do povo trabalhador, que na maioria dos casos recebe o benefício de um salário mínimo para sobreviver”, diz Freitas. “Vamos pressionar os parlamentares nos aeroportos, gabinetes, nas ruas e dizer que eles não voltarão ao Congresso se aprovarem o fim da aposentadoria do povo”, acrescentou o presidente da CUT.

Não existe reforma, o que Bolsonaro apresentou hoje [quarta] é o fim da Previdência, fim da seguridade social no País

Vagner Freitas, presidente da CUT

Veja o que Bolsonaro vai fazer se você não lutar

  • Fim da aposentadoria somente por tempo de contribuição;
  • Aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos;
  • Implementação da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres;
  • Quem quiser receber 100% do valor benéfico terá de contribuir durante 40 anos;
  • Transição de 10 a 12 anos (pior do que a proposta de 20 anos proposta por Temer);
  • Proposta prejudica principalmente mulheres e trabalhadores mais pobres;
  • Penaliza e impede que a classe trabalhadora tenha uma velhice digna;
  • Trabalhadores que começarem a contribuir mais cedo serão mais afetados do que aqueles que começam a trabalhar apenas após a faculdade;
  • Novo sistema vai aumentar em cerca de dez anos o tempo de trabalho (para ganhar a mesma coisa);
  • Segurados rurais só poderão se aposentar com a idade mínima de 60 anos, tanto para homens quanto para mulheres, com contribuição mínima de 20 anos;
  • A mesma idade será aplicada a professores, mas com tempo mínimo de contribuição de 30 anos;
  • Nova regra considerará o valor da aposentadoria pela média de todas as contribuições (hoje, o cálculo se dá pela média dos 80% maiores salários);
  • Aposentadorias por invalidez e pensão por morte serão reduzidas;
  • Servidores públicos terão alíquota do imposto de renda elevada;
  • Idosos carentes, que recebem salário mínimo a partir dos 65 anos, terão os benefícios reduzidos para R$ 400, e só conseguirão ganhar um salário mínimo aos 70 anos.

Fonte: CUT, Força Sindical, CSB

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