Um evento em fase de apuração não pode comprometer um serviço de excelência prestado para a população
As atitudes do prefeito geraram danos para a população quanto para os servidores(as) da Guarda Municipal
Os Guardas Municipais de Maringá, no último dia 7, receberam uma determinação verbal do prefeito Ulisses Maia (PSD), transmitida por seus superiores, ordenando o recolhimento de suas atribuições externas até o último sábado (11). A ordem designava que parte da corporação desempenhasse tarefas internas e os demais permaneceriam em casa de plantão, sem maiores explicações, motivações e publicidade de ato.
Ocorre que, para a surpresa dos servidores(as), quando voltaram a trabalhar, foram comunicados que o prefeito manteria a determinação de recolhimento até a segunda-feira (13). Sobre a data de retorno, segundo comunicado, havia ocorrido um equívoco de compreensão.
A categoria contatou o SISMMAR que notificou extrajudicialmente o prefeito para que ele, em no máximo 24 horas, apresentasse esclarecimentos e informações de sua atitude abrupta, unilateral e imotivada de retirada da Guarda Municipal das atividades externas.
Somente após essa notificação, o prefeito, representado pelo chefe de gabinete Domingos Trevisan e pelo secretário de segurança Clodoaldo Rossi, respondeu na tarde desta segunda-feira a sua motivação.
A opinião do SISMMAR sobre a situação imposta pelo prefeito, sem a devida motivação e comunicado aos servidores e para a população, com as explicações e esclarecimentos que a situação exige, significou danos tanto para a população, que tem o direito de receber do município o serviço de segurança, quanto para os servidores, que sempre realizaram um trabalho de excelência e respeito na cidade. Ao restringir a Guarda de realizar trabalhos externos, foi ferido o sagrado direito ao exercício profissional, causando constrangimento e exposição desnecessárias. Essas atitudes são inaceitáveis.
O evento, ocorrido na terça-feira (7), trata-se de um fato isolado e o próprio prefeito disse nos meios de comunicação, imediatamente após o ocorrido, que a apuração dos fatos seria assegurada, com a ampla defesa e o direito ao contraditório.
É necessário garantir a segurança e a integridade física dos membros da Guarda que, injustamente, em razão de evento que já está sendo apurado, estão sendo submetidos a constantes ameaças de morte, perseguição e até ameaças de ataques na sede da corporação. Não se pode generalizar a conduta e condenar toda uma corporação que dedica suas vidas para defender a harmonia, respeito e convívio social.
A guarda civil é instrumento de defesa e ação social e está disposição da população. Ela sempre atuou de forma exemplar e respeitosa, sendo suas ações pautadas em instrumentos de orientação e formação. Em eventual situação de excesso que se apresente, está submetida a corregedoria e a legislação vigente no país.
Os servidores exigem respeito e a segurança de suas vidas no exercício da profissão. Por isso realizaram reunião com o poder público exigindo a efetivação de medidas e procedimentos para garantir sua atuação com segurança.
As ameaças são tantas que ontem os guardas chegaram a registrar boletins de ocorrência (BO) e esperam que a população, pautada no espírito de bom senso, não seja incitada por pessoas e falas com intenções escusas e que prevaleça a verdade e a vida.
Atravessamos um momento de pandemia causado pelo novo coronavírus (Covid-19) que está levando a óbito milhares de pessoas em todo o mundo. Seguindo as normas da Organização Mundial de Saúde, países, estados e municípios decretaram situação de calamidade pública e determinaram o isolamento social.
É neste contexto que os servidores públicos da Saúde e da Segurança, entre inúmeros outros, estão colocando a vida da população em primeiro lugar. Realizam suas atribuições na linha de frente, arriscando suas próprias vidas para salvar e acolher milhares vítimas deste vírus. Além de buscar a contenção do vírus para propiciar a diminuição da propagação do novo coronavírus.