7 de setembro: 26º Grito dos Excluídos conta com participação ampla de entidades e movimentos sociais
Neste dia 7 de setembro, quando marcamos com um dia de luta o já tradicional Grito dos Excluídos, esse ano o 26º Grito acontece em meio à pandemia da covid-19.
“Estamos em tempos difíceis, a pandemia acometida pelo coronavirus (COVID-19), já matou milhares de pessoas, são milhares de famílias que sofrem por ter perdido seus entes queridos”, afirma carta da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), uma das coordenadoras da iniciativa.
A carta lamenta a omissão por parte do governo Bolsonaro, pois indica haver total falta de vontade em resolver as questões da saúde. “Um ministério que não se deixa orientar pelos conhecimentos científicos; incapacidade de administrar os recursos destinados ao combate à pandemia. Há uma indiferença em relação aos cuidados da vida, avanço de desmonte de direitos sociais; alimenta-se a cultura do ódio sustentada pelas notícias falsas manifestadas nas redes sociais”, denuncia.
O 26º Grito dos Excluídos e Excluídas se apresenta esse ano tema: Vida em Primeiro Lugar e o lema: Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação.
De acordo com o coordenador da Pastoral Operária Paulo Pedrini esse ano ganha uma importância ainda maior. “Vivemos um momento dramático onde os mais pobres não só são as maiores vítimas da pandemia, mas também as maiores vítimas do desemprego e, consequentemente, da miséria e da fome”, salienta.
Paulo também observa o que está para além da pandemia no aprofundamento da desigualdade social. “Temos mais de 130 mil pessoas mortas pela pandemia e por dados oficiais temos mais pessoas desocupadas do que ocupadas, temos os constantes ataques para retirar direitos e precarizar ainda mais as relações de trabalho e aumentarem ainda mais as grandes fortunas”.
O coordenador da Pastoral operária defende que diante de tal situação é necessário que todos estejam estar juntos para reafirmar a vida. “Dizer que a vida deve estar acima do lucro e que não há nada mais importante do que a defesa da vida e dignidade humana”.
O grito representa os encarcerados/as, o povo em situação de rua, comunidades tradicionais, povos indígenas, comunidades das periferias das grandes, médias e pequenas cidades, de trabalhadores e trabalhadoras em serviços precarizados, comunidades ciganas, migrantes, povo do circo (circenses) e os milhões de trabalhadores e trabalhadoras em serviços informais.
De acordo com os coordenadores como CNBB, Pastorais Operária, da Terra e do Povo de Rua, Jubileu Sul Brasil e outras entidades e movimentos, muitas ações já estão sendo feitas. Serão virtuais ou presenciais, como as campanhas de solidariedade junto às comunidades e populações que mais sofrem com o impacto da pandemia e suas consequências sociais, a produção de lives, programas de rádio, vídeos, podcast e roteiro de celebração.
O aumento da violência do Estado e de suas instituições com os altos índices de assassinato de jovens negros, pobres, periféricos, favelados está sendo denunciado pelo ‘Grito’, assim como a violação dos direitos básicos como água, moradia, saúde e educação de qualidade, lazer, cultura, trabalho, transporte. “O que fomenta o crescimento de uma economia elitista e exclusivista que produz uma minoria dos ‘ricos cada vez mais ricos’ e a crescente miséria, inchando as periferias e jogando uma multidão de seres humanos no olho da rua, com consequências sociais dramáticas e assustadoras”, afirma texto da coordenação do 26º Grito.
As Centrais sindicais se somam às ações e também entendem para alcançar as bandeiras reivindicatórias dos excluídos no Brasil é preciso defender Fora Bolsonaro.
A CSP-Conlutas também participa das iniciativas como faz tradicionalmente todos os anos.
Acesse: Nota das Centrais Sindicais