Em Dia Nacional de Mobilizações, SISMMAR reforça posição contrária à PEC 32
Proposta chamada de Reforma Administrativa ataca direitos dos servidores públicos em todo o Brasil, inclusive os mais de 13 mil da Prefeitura de Maringá; SISMMAR reforça posicionamento contrário à medida e convida trabalhadores a mobilização pelas redes sociais
Nesta quarta-feira (23) diversas entidades de todo o Brasil realizam manifestações como parte do Dia Nacional de Mobilização Contra a Reforma Administrativa. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020, apresentada no congresso pelo governo de Jair Bolsonaro, ataca frontalmente os servidores públicos em níveis federal, estadual e municipal e precariza os serviços públicos. Atualmente em discussão na Comissão Especial da Câmara, o SISMMAR convoca a categoria a mobilização virtual contra a PEC 32.
Prejuízos aos servidores de Maringá
A reforma administrativa ameaça mais de 11 milhões de servidoras e servidores públicos de todo o Brasil, incluindo os cerca de 13 mil servidores públicos municipais de Maringá que estão na ativa. O ponto central do projeto é a extinção do regime jurídico único. Com o objetivo de tornar as contratações do setor público mais parecidas com as do setor privado, o primeiro alvo do Governo Federal são os próprios trabalhadores, fato que resulta em prejuízos para a população no geral.
1. Estabilidade: a PEC prevê que a estabilidade seja restrita a apenas alguns servidores, em cargos específicos do Estado. No caso da maior parte do funcionalismo, com as chamadas atividades contínuas, os contratos passam a ser possíveis de rompimento sob qualquer motivação, inclusive política ou por críticas a uma chefia corrupta ou abusiva. Desta forma, os servidores públicos passam a ficar totalmente reféns dos interesses mais imediatos e particulares sob o risco de uma demissão.
2. Vínculo de experiência: a partir da extinção do regime jurídico único, que também interfere na estabilidade, resulta em outra forma de contratação para o serviço público. O chamado vínculo de experiência coloca uma avaliação do candidato a vaga por meio de critérios baseados na pessoalidade, sendo a análise subjetiva. Com esta medida, que é o oposto do que determina a Constituição, a seleção dos profissionais ficará à mercê dos interesses e arbitrariedades de chefias e gestores.
3. Cargos de Confiança: a PEC 32/2020 visa substituir o nome “cargos comissionados” ou de “confiança” por “cargo de liderança e assessoramento”. A partir da mudança na nomenclatura, poderão ser criados postos de trabalho com atribuições gerenciais e técnicas, fato que deixa o funcionalismo público sem qualquer proteção caso o gestor tenha interesse em nomear parentes ou amigos, não necessariamente com experiência no assunto. O ponto abre margem para o loteamento dos cargos públicos, bem como a retirada de servidores críticos à gestão ou algumas medidas específicas (corrupção, assédio moral e sexual, etc). Além do favorecimento a esquemas de corrupção, também abre a possibilidade de que o salário dos trabalhadores seja reduzido, caso ocorra mudança de cargo, também sob critério dos gestores, independente da vontade do servidor.
Mobilização contra a Reforma Administrativa
Além destes três pontos destacados, há outras medidas na proposta (confira na íntegra) que também atacam diretamente a carreira dos servidores públicos, bem como as condições de trabalho. A partir desta precarização forçada do funcionalismo, que durante a pandemia mostrou a importância dos trabalhos para toda a sociedade, especialmente a população mais pobre, a qualidade dos serviços públicos também será prejudicada. Diante dos severos ataques aos servidores públicos e do avanço da proposta no Congresso, a gestão Sindicato é pra Lutar chama os trabalhadores da Prefeitura e da Câmara para a mobilização virtual contra a PEC 32/2020.