SISMMAR denuncia falta de condições para volta às aulas presenciais na Escola Victor Beloti
A unidade, afetada pelo temporal do último dia 23, retornou as atividades pedagógicas presenciais nesta quarta (10) em um prédio sem energia elétrica e repleto de mofo nas paredes
Após denúncia ao SISMMAR, a gestão Sindicato é pra Lutar visitou na manhã desta quarta-feira (10) a Escola Municipal Victor Beloti para conferir as adequações realizadas pelo município para o retorno seguro das aulas presenciais na unidade. Entretanto, as condições encontradas foram alarmantes. As crianças e profissionais lotados no local seguem realizando as atividades pedagógicas em um prédio que apresenta falta de energia elétrica, está destelhado, apresenta infiltrações, rachaduras e repleto de mofo nas paredes.
Um dos prédios da escola foi bastante afetado pelo temporal ocorrido no último dia 23 e a Defesa Civil chegou a avaliar que não era possível manter as aulas presenciais devido às avarias no local. Segundo apuração do SISMMAR, apenas na última sexta (5) houve o restabelecimento do serviço de água na unidade e nesta terça (9) houve a tentativa de religamento da energia elétrica, sem sucesso e segue sem previsão para regularização.
Devido aos danos, os alunos precisaram imediatamente ser transferidos ao ensino remoto para continuar as atividades pedagógicas. Apesar da ausência dos alunos, os trabalhadores lotados na unidade continuaram a desempenhar as atividades normalmente, mesmo em um local que ficou mais de 10 dias sem abastecimento de água.
Volta presencial
Os responsáveis não gostaram do retorno ao sistema remoto e solicitaram que os estudantes fossem transferidos para outra unidade enquanto a Victor Beloti estiver em reforma. Apesar da demanda, em reunião com a participação da Secretaria de Educação (Seduc) e dos responsáveis dos alunos, na última quinta (4), foi definida esta quarta-feira como data de retorno ao ensino presencial.
A definição contava com a promessa do restabelecimento dos serviços de água e luz no local, fato que não foi totalmente concretizado até o momento.
Risco à saúde
A direção sindical havia visitado a unidade na última segunda-feira e verificado a proliferação de mofo nas paredes do prédio. O mofo é um fungo que pode ser extremamente prejudicial à saúde. Ele solta esporos que, se inalados pelas pessoas, podem atingir o sistema respiratório causando reações como tosse, espirros, coriza e dificuldade para respirar, alergias, micose broncopulmonar alérgica e infecções.
Em tempos normais, sem coronavírus, as doenças respiratórias ocupam a quarta posição da lista de maiores internações do SUS (Sistema Único de Saúde). Destas, 35% dos casos estão vinculados ao mofo e outras patologias às quais as pessoas estão sujeitas em ambientes fechados. Devido à covid, torna-se ainda mais necessário um ambiente livre de mofos e infiltrações.
Desde o início da pandemia, a direção do SISMMAR luta incansavelmente pelo direito à vida. Por isso, denuncia a situação em que se encontram os alunos e trabalhadores da unidade. É um risco à saúde manter as atividades no local, sem as adaptações necessárias.
Apenas um dos prédios está avariado, fato que possibilitaria a utilização do outro para as atividades pedagógicas. Como o espaço é menor, poderia ser realizado o revezamento entre as turmas presencialmente, sendo uma parte no período da manhã e a outra a tarde. Outra possibilidade seria o revezamento híbrido em que cada dia viria metade das turmas presencialmente e a outra metade seria assistida pelo sistema remoto.
Contudo, o que vemos é a utilização de um prédio em condições bastante ruins e que coloca em risco tanto os profissionais que ali trabalham quanto os alunos da unidade. Situação que a Seduc poderia ter prevenido, mas não fez.