Conjuntura mostra cenário de lutas para os trabalhadores
Cenário deverá forçar a classe trabalhadora a organização e resistência frente ao avanço da direita em todas as esferas
Fonte: CUT Paraná
A manhã de sábado (27) também reservou uma mesa para debater a conjuntura estadual, nacional e internacional. Na pauta o cenário e os desafios que a classe trabalhadora terá pela frente nos próximos anos. O secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas, Rafael Freire, foi os responsável pela conjuntura internacional. Freire traçou um histórico das crises do capitalismo desde o século passado até chegar na última, iniciada em 2008. De acordo com ele, o atual momento ainda é um reflexo da crise iniciada como resultado das políticas neoliberais.
“Mas por que enfrentamos isso agora? Hoje os países centrais cobram a conta e nós não tínhamos um lastro mundial para sustentar a crise da economia. Nós não fizemos reformas estruturais”, analisa Freire. Ele ainda sustentou que o cenário é potencializado por uma impressão de caos imposta pelos setores conservadores, sobretudo, com o apoio da grande mídia. Freire ainda enfatizou que esta situação não é uma exclusividade do Brasil, mas de todos os países da América Latina com governos progressistas. “Se não tivermos posições políticas articuladas, seja de partidos políticos ou dos movimentos socais, duas outras coisas crescerão: o fundamentalismo e o terrorismo. Isso não é alternativa para a humanidade”, alerta.
A secretária da mulher da CUT Nacional, Rosane Silva, foi a responsável pela análise da conjuntura nacional e reforçou a visão da central sobre temas essenciais. Um dos pontos enfatizados por Rosane foi um estado forte e com o papel de indutor do desenvolvimento no país.
Para Rosane, um dos pontos a ser disputados é a política econômica do Brasil. “Temos que falar para a população, para o governo e para a sociedade que em nossa opinião ela deve ser indutora do desenvolvimento. Uma política economica que proteja o emprego, que avance nos direitos trabalhistas e sociais e que pense em um estado brasileiro cada vez com mais recursos públicos destinado à políticas públicas”, completou.
Durante a análise da conjuntura estadual, como não poderia ser diferente, sobraram críticas para o Governo Beto Richa. O deputado Tadeu Veneri, contudo, começou sua leitura de cenário traçando um histórico do Paraná. “Somos um estado violento, com história de repressão centenária, obviamente esse estado não poderia ser diferente com os trabalhadores”, criticou.
“No meu entendimento o dia 12 de fevereiro é mais importante que o dia 29 de abril. Essa ação foi de massa, contundente e tinha como objetivo impedir a votação. Isso repercute num processo seguinte que obviamente vai desembocar no dia 29 de abril”, analisa. Ainda segundo Veneri, é preciso que se criem alternativas viáveis da esquerda e dos setores progressistas para as próximas eleições. De acordo com ele, o Congresso Estadual da CUT também é um momento para realizar articulações com os movimentos sociais. “Se não tivermos essa capacidade, se não tivermos alternativas, para os próximos quatro anos teremos um governo igual ou pior. A tarefa é árdua e grande”, concluiu.
Quais os reflexos para os(as) municipais?
O ramo dos(as) servidores(as) municipais saiu mais fortalecido após o encerramento do 13º Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores (Cecut), nosso setor passou a ocupar a pasta do meio ambiente na diretoria executiva por meio da servidora Clair Simões de Guarapuava e na direção o presidente do SISMMAN, Allysson Nathan, os quais serão os representantes de todos nós municipais na maior central da América Latina.
Destacamos que a CUT que historicamente tem feito a defesa de igualdade entre os gêneros, aprovou a implementação da paridade nos cargos da entidade, que a partir de agora serão ocupados 50% por homens e 50% por mulheres, para que esta conquista se efetivasse, a participação dos servidores(as) municipais foi decisiva.
A discussão sobre a regulamentação da Convenção 151 e o direito à greve no serviço público municipal reafirmou a posição favorável da CUT sobre a formalização deste instrumento poderoso que os trabalhadores têm para reivindicar melhores condições de trabalho.
Nossa avaliação é que diante dos desafios que temos, enquanto classe trabalhadora do funcionalismo público estamos avançando, mas ainda é necessário construir o cenário para que novas conquistas sejam somadas e se tornem realidade. A boa notícia é que no âmbito organizacional estamos aprovando medidas que defendem a igualdade de gênero e melhores condições de trabalho, pois com toda certeza com a casa em ordem é possível cobrar com mais intensidade os poderes constituídos que façam a sua parte!