Menos que a inflação não! Servidores(as) municipais entram em greve
Talvez nunca antes na história da atual sede da Câmara Municipal o plenário esteve tão lotado. Não cabia mais ninguém na assembleia geral histórica desta segunda-feira (28), mais de 1,2 mil servidores(as) dividiram cada espaço vago, até dos corredores e da área reservada aos vereadores, para rejeitar os indignos 5,54% (metade da inflação) propostos pelo prefeito Carlos Roberto Pupin, aprovando em seguida o início da greve.

Foi uma vitória memorável dos trabalhadores(as) contra uma administração insensível e que não se preocupa com o quanto a não reposição da inflação impactaria na vida dos servidores(as) que ganham baixos salários. Havia ali servidores com lágrimas nos olhos diante da mobilização e também do vídeo apresentado no telão (veja abaixo).
https://youtu.be/6dHS7TCT_jc
Parte dos FGs (servidores com gratificação) que estavam ali nitidamente constrangidos, talvez contra sua própria vontade, não tiveram coragem de votar contra sua própria categoria. Alguns poucos votaram a favor do prefeito, outros preferiram não votar, mas uma boa parte deles acabaram apoiando a justa reivindicação da reposição da inflação.
Pupin, que segundo um dos vereadores presentes, apostava em uma vitória dos seus vergonhosos 5,54%. Não deu, e o prefeito saiu derrotado, ganhando a greve que ele tanto pedia. Por isso, as consequências da paralisação dos serviços públicos, que começará nesta terça-feira (29), às 7h30, serão de inteira responsabilidade do prefeito. Além disso, contrariando seus planos iniciais, num compromisso firmado pelos vereadores com os servidores(as), Pupin não terá férias até que resolva esse problema da categoria e pague a inflação de 11,08%, que é um pedido justo.
Nessa histórica assembleia, os servidores(as) mostraram que 12 mil trabalhadores – a maioria mal remunerados – fazem muito mais pela cidade do que um prefeito que ganha R$ 22 mil e seus secretários e CCs que ganham altos salários.
GREVE
A concentração será em frente ao Paço Municipal, às 7h30 desta terça-feira. “O objetivo da greve é mostrar que somos importantes, que somos necessários”, comentou Iraídes Baptistoni, presidenta do SISMMAR. “Mesmo garantindo parte dos serviços considerados essenciais, vamos fazer uma greve massiva. A inflação é de 11,08% e nós não abriremos mão”, acrescentou.
Segundo o SISMMAR e a Comissão de Organização da Greve (constituída na assembleia anterior), 100% dos serviços não essenciais serão interrompidos. Dos serviços essenciais, a manutenção será de no mínimo 30% do efetivo, assim definido:
- Setrans: guardas municipais que dão suporte ao Samu…………………… 30%
- Sasc: Casa Lar (de assistência a idosos em situação de risco)…………… 40%
- Semusp: Coleta de lixo (considerando que 36% é terceirizado)……….. 0% (zero)
- Semusp: cemitério (sepultamento)……………………………………………….. 30%
- Saúde: ACS/ACE (que atuam inclusive no combate à dengue)………… 50%
- Saúde: UPAs Zona Norte e Zona Sul, Hospital Municipal e Samu…….. 50%
- Educação: CMEIs (educação infantil)……………………………………………. 30%
VEJA ABAIXO MAIS FOTOS DA ASSEMBLEIA
2016-03-28_Assembleia rejeita 5,54% e aprova greve |
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