Seis prefeituráveis assinam carta compromisso com os servidores, veja as propostas
Sete dos oito prefeituráveis compareceram à entrega da Plataforma dos Servidores, e seis deles assinaram a carta na qual se comprometem a debater com o sindicato meios para contemplar demandas históricas dos servidores municipais de Maringá. Organizado pelo SISMMAR, o evento foi realizado na noite desta sexta-feira (9), entre as 19h e 21h, no auditório Luzamor.
O evento começou com a apresentação da Plataforma dos Servidores (entregue no início da semana aos candidatos) ao público presente. O documento contém demandas históricas, como o pagamento da Trimestralidade e a instituição do vale-alimentação para todos os servidores(as). “Este é um momento histórico, porque daqui 23 dias os servidores vão escolher nosso futuro patrão. Por isso, é importante que cada candidato conheça nossos anseios”, comentou Carlinhos Specian, presidente interino do SISMMAR.
Num auditório praticamente lotado, estavam entre os presentes candidatos (inclusive a vereador), assessores de campanha, lideranças sindicais, servidores e público em geral. A eles, cada um dos prefeituráveis presentes teve o tempo de cinco minutos para apresentar suas propostas quanto às reivindicações da plataforma. O público, atento a cada detalhe, aplaudiu sempre que propostas convincentes eram apresentadas em favor da categoria.
Ao término dos discursos, os candidatos Flávio Vicente (Rede), Humberto Henrique (PT), Investigador Nilson (PSOL), Ulisses Maia (PDT) e Wilson Quinteiro (PSB) e a candidata Priscila Guedes (PSTU) assinaram a carta compromisso com os servidores(as) municipais. Também presente ao evento, o candidato Herculano Ferreira (PT do B) preferiu não assinar o documento.
O candidato Silvio Barros (PP) não compareceu, mas em carta endereçada ao SISMMAR alegou motivação religiosa para não se fazer presente. Adventista, o ex-prefeito não participa de eventos entre o pôr-do-sol de sexta-feira e o pôr-do-sol de sábado. E em respeito às convicções religiosos do candidato, sua justificativa foi apresentada ao público presente. Comunicado previamente da ausência, o SISMMAR convidou a vice de Silvio para representar sua chapa no evento, mas Akemi Nishimori declinou do convite.
DISCURSOS
A seguir, o site do SISMMAR apresenta um compilado com as principais falas de cada um dos prefeituráveis, pela ordem de apresentação no evento (que seguiu a ordem de registro na Justiça Eleitoral). O vídeo com o discurso completo dos candidatos e da candidata será divulgado aqui no site a partir da segunda-feira (12), de modo a permitir que todos os servidores(as) que não puderam comparecem tomem ciência do posicionamento de cada prefeiturável acerca das reivindicações históricas explicitadas na Plataforma dos Servidores.
Flávio Vicente (Rede)
O vereador começou lembrando que tem apenas 12 segundos na propaganda eleitoral na TV e que, por isso, agradecia ao SISMMAR pela oportunidade de falar aos servidores. O candidato prometeu diálogo com a categoria e com o sindicato. “Vou assinar este documento e digo que algumas coisas (reivindicações) podem ser feitas a partir de janeiro. Vou zerar, por exemplo, os cargos de indicação política”, comentou Flávio Vicente. O candidato que, se for eleito, vai acabar com cargos políticos nas diretorias das unidades básicas de saúde. Lembrou que apoiou os servidores na greve deste ano pela reposição da inflação e que, nas eleições, “não tem essa de já ganhou”.
Herculano Ferreira (PT do B)
O candidato começou prometendo diálogo com a categoria e mais mais qualificação profissional para os servidores. “É impossível um gestor caminhar sem ouvir sua base, que é o servidor público”, comentou. Herculano destacou que é profissional da Educação e defendeu que os pedagogos terão em sua gestão “voz e vez nas tomadas de decisão da administração municipal”. Disse que estará aberto a negociações com o sindicato e terminou lamentando ter somente 10 segundos de tempo de TV.
Humberto Henrique (PT)
Vereador desde 2005, começou o discurso relembrando seu histórico de parceria com o sindicato e de lutas na Câmara em defesa dos servidores. Criticou a postura agressiva com a qual o grupo político que está no poder trata os servidores, lembrando que na greve de 2006 trabalhadores foram presos e perseguidos. Humberto definiu “todas as propostas da Plataforma como justas e legítimas”, prometendo diálogo com os servidores e com o sindicato. Garantiu a reposição da inflação e a negociação do ganho real para a categoria. “Vocês (servidores) podem fazer grave por ganho real, jamais pela inflação, isso é um absurdo”, comentou. O candidato encerrou propondo uma série de benfeitorias à categoria, entre elas melhorias no Sama, pagamento do vale-alimentação e a luta contra a privatização de serviços públicos como a coleta do lixo.
Investigador Nilson (PSOL)
Abriu seu discursos dizendo que em seu governo os servidores serão tratados como seres humanos e não como profissionais descartáveis. Destacou que tem experiência em educação infantil e lamentou as dificuldades vividas por servidores dos CMEIs, que não tem lugar para descansar e não podem comer nos locais de trabalho. Disse que é preciso primeiro oferecer condições dignas de trabalho e, só depois, cobrar qualidade no atendimento. Disse também que vai diminuir o número de secretarias e prometeu extinguir os CCs (cargos comissionados). Prometeu criar a “Lava Barro” para fazer a auditoria em todos os contratos da Prefeitura e em todos os termos aditivos, que encarecem muito as obras e os serviços contratados. “Se conseguirmos reaver esse dinheiro, vamos atender todas as demandas e o que vocês (servidores) precisam”, disse o prefeiturável.
Priscila Guedes (PSTU)
Começou sua fala com um “Fora Temer e com todos aqueles que tiram direitos dos trabalhadores”. Lembrou de seus 14 anos como servidora da educação e criticou o atual sistema eleitoral, que deixa alguns candidatos praticamente sem tempo de TV. Disse que em seu governo serão os trabalhadores que tomarão as decisões. Destacou que já foi diretora do SISMMAR e que, na histórica greve de 2006, 44 servidores foram presos e muitos outros foram perseguidos, inclusive com demissões. Disse que foi Ulisses Maia que assinou sua exoneração e que o prefeito à época, Silvio Barros, “foi que jogou bomba na cabeça dos trabalhadores (em greve)”. Lembrou que foi a luta dos trabalhadores que impediu a privatização da coleta do lixo e do Hospital Municipal.
Silvio Barros (PP)
Não compareceu ao evento, mas enviou justificativa (leia acima, na matéria).
Ulisses Maia (PDT)
Parabenizou o SISMMAR pela iniciativa. Disse que leu as propostas da Plataforma e que praticamente todas já estão contempladas em seu plano de governo – registrado na Justiça Eleitoral. Ex-presidente da Câmara, lembrou que ao assumir a presidência sua primeira audiência foi com o SISMMAR, para ajudar o sindicato a abrir negociação com o prefeito (Pupin), que se recusava a atender os trabalhadores. Disse que em sua gestão a Câmara aprovou lei para o vale-alimentação e que todos os servidores da Câmara recebem esse benefício, que não é pago pela Prefeitura porque a adminitração recorreu na Justiça para não dar o benefício. “É questão de honra pagar já em janeiro do ano que vem o vale-alimentação”, disse. Entre vários outros compromissos que prometeu assumir com os servidores municipais, disse que em seu governo haverá eleição direta para diretores(as) de escolas e CMEIs, que haverá regime contratual único, que a jornada dos trabalhadores da Saúde será de 30 horas e que promoverá melhorias no Sama. “Vamos reformar o Sama, porque o plano de saúde dos servidores está pior do que o SUS”, comparou.
Wilson Quinteiro (PSB)
Agradeceu a oportunidade de conhecer as demandas dos servidores. Prometeu enxugar a máquina pública e dialogar com o sindicato. “Dá para fazer diferente. Não pensei duas vezes em firmar compromisso com vocês (servidores)”. Quinteiro criticou o prefeito Pupin por ter se negado a receber o SISMMAR para negociar. “A minha postura será de respeito aos servidores”, disse. O candidato comentou que haverá segundo turno e que será preciso inteligência política para rever conceitos. “O prefeito é temporário, vocês são de carreira”, comentou.